Greve dos inspectores do SEF vai afectar sobretudo os principais aeroportos

Esta quinta e sexta-feira, os aeroportos de Lisboa, Porto e Faro vai ser os locais mais afectados pela greve dos inspectores do SEF, prevê o dirigente do sindicato que a convocou. Mas assegura "condições mínimas de segurança".

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NELSON GARRIDO

A greve dos inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) marcada para esta quinta e sexta-feira vai afectar sobretudo locais de maior tráfego de passageiros, como os aeroportos, disse esta terça-feira um dirigente sindical.

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A greve dos inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) marcada para esta quinta e sexta-feira vai afectar sobretudo locais de maior tráfego de passageiros, como os aeroportos, disse esta terça-feira um dirigente sindical.

O presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF, Acácio Pereira, considerou que a greve irá afectar sobretudo os aeroportos de Lisboa, Porto e Faro.

O mesmo responsável garantiu que, apesar da greve, serão assegurados os serviços mínimos, embora estes não garantam a normal "fluidez de passageiros". Segundo Acácio Pereira, que espera uma "adesão maciça" à greve, haverá uma redução para cerca de 1/3 do pessoal que estará a assegurar as tarefas urgentes e essenciais previstas na lei.

Com a paralização, o dirigente sindical admite que haja mais "demoras e maiores constrangimentos", em especial no controlo de passageiros provenientes de países fora do espaço Schengen. O dirigente sindical assegurou, no entanto, que os inspectores do SEF continuarão a garantir as "condições mínimas de segurança de todos os cidadãos do país", numa altura em que a Europa vive sob a ameaça do terrorismo.

O sindicato decretou dois dias de greve em protesto contra a falta de meios humanos e informáticos, exigindo a abertura imediata de concurso externo de admissão para 200 novos inspectores. Este organismo aponta a falta de inspectores como causa para os atrasos e congestionamento dos serviços de controlo de passaportes nos aeroportos, em especial de Lisboa.

Rever e modernizar o Estatuto de Pessoal do SEF e obter garantias públicas da ministra da Administração Interna sobre o aumento da capacidade operacional do SEF são outras das reivindicações que levaram o sindicato a convocar o protesto.

O Ministério da Administração Interna vai contratar 100 inspectores por concurso externo no próximo ano, disse ao PÚBLICO o gabinete de Constança Urbano de Sousa, quando a greve foi anunciada pelo sindicato. Há 13 anos que não há um concurso externo para contratação de inspectores do SEF. 

A ANA - Aeroportos de Portugal advertiu esta terça-feira que possibilidade de atrasos no controlo de passageiros durantes dois dias. Em particular, a ANA indica que serão afectados os passageiros com destino à Bulgária, à Croácia, às Ilhas Faroé, à Irlanda, ao Reino Unido, à Roménia, à Rússia, à Turquia, à Ucrânia e de todos os voos para fora da Europa.

É uma "vergonha nacional", diz sindicato

O presidente do sindicato dos inspectores do SEF acusou esta terça-feira a ministra Constança Urbano de Sousa de pretender tornar "essencialmente burocrática" e de "controlo documental" a actividade principal do SEF.

"É por causa desta visão redutora que, no SEF, os inspectores que deviam estar dedicados exclusivamente à investigação criminal ou à fiscalização são constantemente requisitados para reforçar os aeroportos de Lisboa, Porto e Faro nos meses de Junho a Setembro", criticou.

Acácio Pereira disse que é contra isto, em primeiro lugar, que a greve se realiza, acrescentando que o protesto pretende criar uma solução para "essa vergonha nacional que são os tempos de espera nos aeroportos para controlo documental, fruto de absoluta falta de meios humanos e que estão a prejudicar gravemente a economia nacional".

Outra das exigências do sindicato prende-se com a publicação imediata do regime de piquete e prevenção dos inspectores do SEF, negociado há um ano e meio e que continua parado no Ministério das Finanças.