Suspeitos dos ataques na Catalunha foram a Paris antes dos atentados
Governo francês revela que pelo menos quatro dos homens implicados estiveram em Paris dias antes dos atentados. França e Espanha colaboram nas investigações.
Pelo menos quatro homens implicados nos atentados da Catalunha “fizeram uma viagem extremamente rápida a Paris” dias antes dos ataques, disse esta terça-feira o ministro do Interior francês, Gerard Collomb, acrescentado que o assunto está a ser investigado.
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Pelo menos quatro homens implicados nos atentados da Catalunha “fizeram uma viagem extremamente rápida a Paris” dias antes dos ataques, disse esta terça-feira o ministro do Interior francês, Gerard Collomb, acrescentado que o assunto está a ser investigado.
O ministro francês, em declarações à cadeia de rádio e televisão BFMTV, sublinhou que os serviços secretos franceses não tinham "controlados" os membros da “célula” da Catalunha. Na mesma entrevista, Gerard Collomb disse também que a investigação ainda não descobriu os motivos da viagem a Paris, que ocorreu uma semana antes dos ataques em Barcelona e Cambrills, na Catalunha, e que fizeram 15 mortos, entre os quais duas portuguesas.
“Foi uma viagem extremamente rápida de ida e volta”, frisou depois de ter afirmado que os homens se tinham deslocado à capital francesa “em trabalho”. Gerard Collomb confirmou que um radar da polícia de trânsito detectou, por excesso de velocidade, o veículo da marca Audi em que viajavam os membros do grupo.
De acordo com o jornal Le Parisien, o veículo detectado pelo radar foi o mesmo utilizado no atentado de Cambrils, em que morreu uma pessoa. O jornal refere que o registo por excesso de velocidade data do dia 12 de Agosto e foi feito em Essone, a Sul de Paris. Quatro pessoas seguiam no interior do veículo. O jornal cita uma fonte policial que refere ter-se tratado "de uma mera passagem por França”. Outras fontes disseram ao Le Parisien que os homens pernoitaram num hotel da região de Paris, a 11 de Agosto.
Collomb disse que as forças de segurança francesas detectaram o grupo em Paris e que o facto foi “transmitido às autoridades” espanholas.
O ministro francês afirmou que “os serviços secretos franceses seguem o assunto em estreita colaboração com os serviços espanhóis” e que na segunda-feira manteve um contacto telefónico com o homólogo espanhol, Juan Ignacio Zoido.
Gerard Collomb adiantou que Zoido vai deslocar-se a Paris, na quarta-feira, para a formalização de um “dispositivo de cooperação” na formação de polícias franceses e espanhóis.
Os quatro indivíduos implicados nos atentados de Barcelona e Cambrils prestam esta terça-feira declarações ao juiz Fernando Andreu, na Audiência Nacional, em Madrid, que vai formular a acusação e determinar as medidas a aplicar.
Os suspeitos chegaram às 8h (7h em Lisboa) à capital espanhola, transportados em carros celulares da Guardia Civil, depois de terem passado a noite no comando policial de Tres Cantos, na Catalunha. Os quatro suspeitos são membros do mesmo grupo responsável pelos atentados e que era formado, pelo menos, por 12 pessoas, cinco dos quais foram mortas em Cambrils.
Outros dois morreram na explosão, na quarta-feira, de uma vivenda em Alcanar e outro ainda, Younes Abouyaaqoub, foi morto pela polícia na segunda-feira. Abouyaaqoub, o condutor da furgoneta utilizada no atropelamento dos peões nas Rambas, encontrava-se em fuga desde quinta-feira.