Avante!: 200 espectáculos de música, teatro e cinema na rentrée do PCP
De 1 a 3 de Setembro, o Seixal recebe pela primeira vez os Mão Morta, mas também António Zambujo, Rui Veloso, Gisela João ou Paulo de Carvalho. Orquestra Sinfonietta de Lisboa assinala 100 anos da Revolução de Outubro de 1917.
Cerca de 200 espectáculos de música, teatro e cinema, atividades para as crianças e artes plásticas compõem a 41.ª Festa do Avante!, de 1 a 3 de setembro, no Seixal, na rentrée do PCP, com mais de 60 debates.
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Cerca de 200 espectáculos de música, teatro e cinema, atividades para as crianças e artes plásticas compõem a 41.ª Festa do Avante!, de 1 a 3 de setembro, no Seixal, na rentrée do PCP, com mais de 60 debates.
Na conferência de imprensa de apresentação da edição deste ano, Alexandre Araújo, dirigente do Partido Comunista Português (PCP) e um dos responsáveis pela organização, explicou que se trata de "uma festa que é dirigida não aos comunistas, não àqueles que apoiam este partido, mas uma festa que pela sua natureza, pelo seu ambiente, é uma festa dirigida ao povo português e aberta a todos".
Nos dias 1, 2 e 3 de Setembro, nas quintas da Atalaia e do Cabo da Marinha, concelho do Seixal, distrito de Setúbal, os visitantes terão disponível um vasto programa cultural e diversas actividades de lazer, com destaque para os concertos de António Zambujo, Rui Veloso, Gisela João, Paulo de Carvalho e Mão Morta, este último uma estreia no Avante!. A música é umas das componentes principais do evento, que se espalha ao longo dos três dias por mais de 10 palcos, explicando o dirigente histórico comunista e organizador da Festa do Avante! que, "à semelhança do que tem acontecido em anos anteriores", se fez uma aposta em conciliar dois aspectos.
"Por um lado inovar e por outro lado manter um padrão de respeito cultural por realidades que nos parecerem importantes defender e valorizar novas presenças no panorama no português", apontou. "Há de todos os estilos e até alguns estilos que não há em mais parte nenhuma, como seja o concerto de sexta-feira à noite no palco 25 de Abril", destacou, antecipando que o concerto da Orquestra Sinfonietta de Lisboa, comemorativo dos 100 anos da Revolução de Outubro de 1917, "vai ter novidades".
A abertura daquela que é a rentrée política do PCP está marcada para as 19h de 1 de Setembro, sexta-feira, na Quinta do Cabo, com o tradicional discurso do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que volta a ter uma intervenção no último dia, 3 de Setembro, domingo, no comício da festa marcado para o palco 25 de Abril às 18h.
Para o Avanteatro estão previstos mais de 15 espectáculos ao longo dos três dias, com foco especial no centenário do nascimento do autor Romeu Correia, merecendo também destaque a programação do CineAvante!, em que a produção nacional tem particular preponderância.
O desporto também é já tradição no Avante!, estando previstas atividades de cerca de 30 modalidades - que vão das mais radicais, como a escalada, às mais tradicionais, como a malha e os matraquilhos -, sendo o ponto alto a corrida e caminhada da Festa, que acontece a 3 de Setembro, de manhã.
As crianças, os novos públicos da festa, têm especial atenção na programação e, num espaço bastante arborizado, haverá insufláveis, pinturas de cara, yoga para crianças, jogos de água, além de música e teatro dedicado aos mais pequenos. A bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante! comemora este ano a 20.ª edição, "sendo esta a mais antiga do país".
Questionado sobre se, tendo em conta os últimos atentados em Espanha, estava previsto um reforço de segurança na festa, Alexandre Araújo respondeu que "o Avante! é um espaço tranquilo e todos esses aspectos estão em articulação com as autoridades, nomeadamente com a PSP do Seixal e estão devidamente acautelados". Por isso, "serão tomadas as medidas que as entidades oficiais entenderem que são adequadas".
Sobre o orçamento do evento e o número de visitantes esperados, o responsável comunista escusou-se a precisar, dizendo apenas que "o orçamento é grande, mas a festa é maior" e que são esperados "muitos milhares" de pessoas. "Esta festa não se fazia, independentemente do orçamento, sem uma componente muito importante de militância, de trabalho voluntário. Não há orçamento que consiga transcrever esta realidade", disse apenas.