Partidos combinam-se em 26 tipos de aliança nas autárquicas

Manuel Pizarro tem o orçamento de campanha mais alto, sem contar ainda com os das candidaturas independentes.

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A Entidade das Contas e Financiamentos Políticos do Tribunal Constitucional já revelou os orçamentos dos partidos ara as autárquicas de 1 de Outubro dro daniel rocha

As próximas eleições autárquicas geraram 26 tipos de coligação entre partidos, sendo as mais recorrentes as do PCP/PEV e a do PSD/CDS, segundo a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos. Falta ainda saber os orçamentos das candidaturas independentes aos municípios, mas para já o socialista Manuel Pizarro, no Porto, apresenta o mais elevado – 360 680 euros.

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As próximas eleições autárquicas geraram 26 tipos de coligação entre partidos, sendo as mais recorrentes as do PCP/PEV e a do PSD/CDS, segundo a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos. Falta ainda saber os orçamentos das candidaturas independentes aos municípios, mas para já o socialista Manuel Pizarro, no Porto, apresenta o mais elevado – 360 680 euros.

Com alianças em quase todo o país – só faltaram quatro concelhos da Região Autónoma dos Açores - a coligação CDU (PCP/PEV) concorre a 304 dos 308 municípios, de acordo com informação disponibilizada esta quarta-feira pela Entidade das Contas. Logo depois surge a coligação PSD/CDS que, sozinha, concorre a 73 municípios. Um número que se soma a 22 concelhos em que o PSD e o CDS concorrem coligados com o Partido Popular Monárquico (PPM) e com o Movimento Partido da Terra (MPT). A estas 94 alianças da direita com partidos mais pequenos, acrescem mais quatro em que é o CDS que lidera: Alcochete; Constância; Cuba; e Barrancos.

Entre as 13 coligações protagonizadas pelo CDS (e com o MPT e PPM) figuram a de Lisboa mas também as de Albufeira, Évora, Guarda, Mafra e Sines. Sozinha a dupla CDS-PPM concorre a municípios como Ponta Delgada e Viana do Castelo. Há ainda outras curiosidades: o partido Nós, Cidadãos! faz alianças à esquerda e à direita. Concorre com o PSD no Cartaxo, com o CDS em Felgueiras e Ferreira do Zêzere, mas juntou-se ao PS, BE, Juntos Pelo Povo e Partido Democrático Republicano na candidatura liderada pelo independente Paulo Cafôfo no Funchal.

A divulgação dos orçamentos das coligações por parte da Entidade das Contas permite também conhecer quanto vão gastar algumas candidaturas como a de Assunção Cristas, em Lisboa. A líder do CDS estima uma despesa de 97 mil euros na campanha para a capital, um valor que fica aquém dos 212 mil euros previstos pela candidatura do PSD protagonizada por Teresa Leal Coelho. Mas é o PS que tem o valor mais alto – 249 mil euros – isto sem ter ainda em conta os orçamentos das candidaturas independentes (como a de Rui Moreira no Porto, por exemplo), que ainda não foram divulgados.

Pequenos partidos concorrem sozinhos a 73 municípios

O fenómeno do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), que nas eleições legislativas de 2015 conseguiu eleger um deputado sem que nenhuma sondagem o adivinhasse, inspirou outros pequenos partidos a avançarem nas autárquicas. Este ano, são mais do que nunca. No total, há 12 forças políticas sem assento parlamentar que vão entrar na corrida do dia 1 de Outubro. Para o Nós, Cidadãos!, o Livre, o Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP), o Movimento Alternativa Socialista (MAS), o Juntos Pelo Povo (JPP) e o Partido Democrático Republicano (PDR) trata-se de uma estreia.

Ao todo, os partidos mais pequenos vão concorrer sozinhos em 73 concelhos (em 2013 concorreram a 66) e o que apresenta mais candidaturas (sem ser em coligação) é o PCTP/MRPP: 18. Pelo contrário, o MAS, oriundo da área política do Bloco de Esquerda, e o Partido Cidadania e Democracia Cristã (PPV-CDC) apresentam apenas uma cada um, a Barcelos e ao Porto, respectivamente. De registar o grande crescimento do Partido Nacional Renovador em número de candidaturas: passa de seis para 15 em quatro anos.

Em 2013, os partidos mais pequenos, todos juntos, só conseguiram atingir os 44.412 votos, o que não chegou a representar 1% do total. E se o PCTP/MRPP foi o que teve mais gente a colocar a cruzinha no seu quadrado (23.276 eleitores), o Movimento Partido da Terra (MPT) foi o único que conseguiu eleger dois mandatos (nenhuma presidência).

Oeiras é um dos concelhos mais apetecíveis para os grandes partidos e independentes (há três candidaturas de grupos de cidadãos), mas também para os pequenos. No dia 1 de Outubro, o PCTP/MRPP, o Partido Trabalhista Português (PTP), o Nós, Cidadãos!, o Livre e o PNR apresentam-se sozinhos a votos. O mesmo acontece em Lisboa, onde o PURP, o PNR, o PTP, o PCTP/MRPP e o Nós, Cidadãos! Entram na disputa com os grandes. Há outros que integram coligações mais vastas, como é o caso do PPM ou do MPT, ambos apoiantes formais da candidata do CDS-PP à capital. Ou o Nós, Cidadãos! que no Porto se junta a Rui Moreira.

Algumas destas forças políticas são conhecidas a nível nacional, mas têm sobretudo uma implantação regional. O Juntos Pelo Povo, por exemplo, concorre a dois municípios no continente (Odivelas e Felgueiras) e a três na Madeira (Machico, Ribeira Brava e Santa Cruz).

No que diz respeito a orçamento, o JPP concorre com os grandes. Prevê gastar mais de 83 mil euros em Odivelas, 81 mil em Santa Cruz, 67 mil em Felgueiras, 45 mil em Ribeira Brava e quase 40 mil em Machico. Só para haver um termo de comparação, o MPT (o único que em 2013 conseguiu dois mandatos) vai apresentar 14 listas a autarquias como Bombarral, Figueira da Foz ou Viana do Castelo, mas nunca prevê despesas superiores a mil euros com as candidaturas, mesmo no caso da sede de distrito do Alto Minho. O Livre, que se apresenta sozinho em Oeiras, Ponta Delgada e Vila Nova de Foz Côa, “investe” no máximo 2613 euros (em Foz Côa).

* Corrigido o orçamento da campanha mais alto.