Viagens de políticos a convite da Huawei investigadas pelo DIAP

Vários sociais-democratas e um ex-adjunto do Governo PS viajaram a convite da empresa

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DIAP abriu investigação às viagens Daniel Rocha

O Ministério Público está a investigar as viagens de políticos à China feitas nos últimos anos a convite da empresa Huawei. A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou esta quarta-feira ao Observador que “os elementos recolhidos foram enviados ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa para inquérito”.

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O Ministério Público está a investigar as viagens de políticos à China feitas nos últimos anos a convite da empresa Huawei. A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou esta quarta-feira ao Observador que “os elementos recolhidos foram enviados ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa para inquérito”.

Em causa estão viagens pagas (em alguns casos foram voos, noutros tratou-se também de estadias) ao presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas, em Setembro de 2014, e em Fevereiro de 2015, a Sérgio Azevedo, vice-presidente da bancada do PSD, ao presidente da Junta de Freguesia da Estrela (Lisboa), Luís Newton, ao presidente do PSD-Oeiras e agora candidato à câmara deste concelho, Ângelo Pereira, e ao vice-presidente do PSD-Oeiras, Nuno Custódio.

Em Janeiro de 2017 foi a vez de o vice-presidente do PSD-Lisboa, Rodrigo Gonçalves, de um vereador do PS na Câmara de Odivelas, Paulo César, de um ex-director do Instituto de Informática da Segurança Social, João Mota Lopes, e do adjunto do secretário de Estado das Comunidades, Nuno Barreto, viajarem para a China.

Este último foi exonerado por ter viajado com estadia paga pela Huawei já depois de o Governo ter aprovado, na sequência do Galpgate, um Código de Conduta que proíbe governantes e membros de gabinetes de aceitarem ofertas superiores a 150 euros.

Na sequência de notícias do mesmo jornal online, a PGR já tinha revelado, a 1 de Agosto, que estava a “recolher elementos”. Agora, adianta que o inquérito já está a decorrer no DIAP em fase de “investigação”.