Nelson Évora: "Sei que tenho menos tempo, mas não sou só um sonhador"

Depois da medalha de bronze em Londres, Nelson Évora promete continuar a lutar por mais.

Foto
Nelson Évora conquistou a sua quarta medalha em Mundiais de atletismo EPA/FRANCK ROBICHON

Nelson Évora era o mais velho entre os finalistas. Trinta e três anos, mais seis do que o campeão Christian Taylor e mais sete que o vice-campeão Will Claye, e Évora ainda é dos melhores do mundo no triplo salto, uma longevidade assinalável para quem há dez anos fora campeão mundial. A medalha de bronze é a prova da sua resiliência e de que Évora não faz promessas vazias. Pode já ter menos tempo que a sua mais jovem concorrência, mas o atleta português promete continuar com as conquistas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Nelson Évora era o mais velho entre os finalistas. Trinta e três anos, mais seis do que o campeão Christian Taylor e mais sete que o vice-campeão Will Claye, e Évora ainda é dos melhores do mundo no triplo salto, uma longevidade assinalável para quem há dez anos fora campeão mundial. A medalha de bronze é a prova da sua resiliência e de que Évora não faz promessas vazias. Pode já ter menos tempo que a sua mais jovem concorrência, mas o atleta português promete continuar com as conquistas.

“Sei que tenho menos tempo que eles, mas não sou só um sonhador. Tenho provado que consigo fazer a diferença”, garantiu o saltador português após ter conquistado em Londres a sua quarta medalha em Mundiais de atletismo, a segunda de bronze, falando apenas em conferência de imprensa, já que optou por não prestar declarações na zona mista.

Para o atleta português, esta foi mais uma demonstração de que o trabalho com o novo treinador (o cubano Ivan Pedroso) está a funcionar. “O Ivan é um treinador que procura velocidade. No pouco tempo que ainda tenho, vou procurar explorá-la. Daqui a uns meses, verão um Nelson completamente diferente. A mentalidade, a metodologia… Sei bem onde posso ir. Tive um dia bastante bom e espero provar aos putos que ainda tenho bons saltos nas pernas”, frisou.

Os putos que estavam ao lado do português na conferência de imprensa não sentiam outra coisa que não admiração pelo homem que continua a coleccionar medalhas em grandes competição. Will Claye, o vice-campeão, chegou mesmo a pedir uma salva de palmas em honra do homem com quem vai partilhar o pódio na cerimónia de entrega das medalhas nesta sexta-feira (18h50). Nelson espera em breve poder acompanhar os dois norte-americanos que se mostraram completamente inacessíveis nesta final: “Ainda acredito que seja possível para mim.”

Na conferência de imprensa, o saltador português apresentou a sua (não) participação nos meetings da Liga Diamante e que essa é parte da razão por ter feito uma marca relativamente discreta em relação ao que já fez no passado: “Entrei bastante confiante na prova, mas estava com alguma falta de ritmo competitivo, queria que fossem medalhas mais brilhantes que esta. Sinto-me tão bem como quando tinha dez anos. Em 2007 fiz 11 competições até ser campeão. Este ano fiz um meeting internacional, vamos ver, vou continuar a trabalhar e sempre a lutar pelas medalhas. Daqui a dois anos, posso prometer que vou tentar."