Ensino superior: mais candidatos do que vagas na 1.ª fase

É a primeira vez que acontece desde 2009.

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Enric Vives-Rubio

Pela primeira vez desde 2009 o número de candidatos ao ensino superior na 1.ª fase do concurso nacional de acesso supera o número de vagas, com 52.579 proponentes para 50.838 vagas nas universidades e politécnicos públicos.

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Pela primeira vez desde 2009 o número de candidatos ao ensino superior na 1.ª fase do concurso nacional de acesso supera o número de vagas, com 52.579 proponentes para 50.838 vagas nas universidades e politécnicos públicos.

De acordo com dados publicados no portal da Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES), 52.579 alunos entregaram candidatura para aceder ao ensino superior, mais 2924 do que os 49.655 estudantes que o fizeram em 2016.

No final do dia de segunda-feira, penúltimo dia para concorrer à 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, o número de candidatos já era superior ao do ano anterior, com 50.593 candidaturas entregues.

É preciso recuar a 2009 para encontrar um concurso de acesso com mais candidatos do que vagas: houve 52.949 candidaturas para 51.352 vagas.

Nos últimos anos, sobretudo nos que coincidiram com um período de forte crise financeira e económica, em que o país esteve sob resgate e sujeito a uma intervenção externa, universidades e politécnicos públicos assistiram a uma quebra quer no número de vagas abertas, quer no número de candidatos.

Depois de quatro anos de declínio, o número de lugares disponíveis no ensino superior público recuperou ligeiramente em 2016 e este é o segundo ano consecutivo com um aumento no número de vagas, ainda que residual.

Uma das razões que podem contribuir para o aumento do número de candidaturas é a melhoria das médias registadas na 1.ª fase dos exames nacionais, sobretudo a Português e a Matemática, duas das disciplinas cujos exames mais contam como prova de acesso a universidades e politécnicos públicos.

De acordo com os dados da DGES, as 50.838 vagas abertas este ano representam um acréscimo de 150 lugares face a 2016.

A tutela apelou a um reforço na oferta de vagas em áreas como Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica – para promover a literacia digital e responder a novas necessidades do mercado de trabalho –, mas também em Física e Engenharia Física – neste caso por solicitação da Direcção-Geral de Saúde, que identificou “uma elevada carência específica de profissionais especialistas em física médica e de peritos qualificados em protecção radiológica, o que provoca óbvias limitações actuais e futuras ao funcionamento do Serviço Nacional de Saúde”.

Depois de reduzidas as limitações à abertura de novas vagas nestas áreas, as instituições responderam, criando, no caso da Física e da Engenharia Física, 52 novas vagas em cursos já existentes.

O maior aumento foi registado no mestrado integrado em Engenharia Física da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que no próximo ano abre 60 vagas, mais 25 do que no ano transacto.

Os alunos que se candidatarem ao ensino superior público através do concurso nacional de acesso podem este ano escolher entre 1062 cursos disponíveis.

“Ainda no regime geral de acesso ao ensino superior público, às vagas fixadas para o concurso nacional acrescem 656 vagas para ingresso em cursos em que, pela sua natureza, a candidatura é realizada através de concursos locais, organizados pelas instituições de ensino superior”, precisa a nota da DGES, referindo-se a cursos como os das escolas superiores de Artes, cuja entrada se realiza, regra geral, mediante prestação de provas específicas.

Há 42.128 vagas para 952 licenciaturas, 8547 vagas para 103 mestrados integrados e 163 vagas para sete cursos preparatórios de mestrado integrado.

Os resultados da primeira fase são divulgados no dia 11 de Setembro, no portal da DGES, e seguem-se depois a segunda e terceira fases do concurso nacional de acesso.