Muitos independentes no PS, maioria de mulheres no PAN e menos dinheiro para (quase) todos
O prazo para a entrega das listas de candidatos às autárquicas de 1 de Outubro e dos orçamentos de campanha terminou na segunda-feira. Um dia depois, os partidos analisam os projectos à lupa.
Ultrapassada a primeira fase – entrega de listas para as eleições autárquicas –, chegou a altura de os partidos fazerem um balanço sobre os projectos que apresentam a cada município. O PSD vai levar a votos 70 mil candidatos; o PS também vai marcar presença em todos os municípios, mas tem menos candidaturas próprias do que em 2013; e os centristas apresentam-se em mais cinco concelhos. A CDU nunca teve tantos candidatos a freguesias, o Bloco de Esquerda concorre a mais 12 concelhos do que nas últimas autárquicas e, por isso, aumenta os gastos em cerca de 200 mil euros. E a maioria das candidaturas do PAN são de mulheres.
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Ultrapassada a primeira fase – entrega de listas para as eleições autárquicas –, chegou a altura de os partidos fazerem um balanço sobre os projectos que apresentam a cada município. O PSD vai levar a votos 70 mil candidatos; o PS também vai marcar presença em todos os municípios, mas tem menos candidaturas próprias do que em 2013; e os centristas apresentam-se em mais cinco concelhos. A CDU nunca teve tantos candidatos a freguesias, o Bloco de Esquerda concorre a mais 12 concelhos do que nas últimas autárquicas e, por isso, aumenta os gastos em cerca de 200 mil euros. E a maioria das candidaturas do PAN são de mulheres.
O PS tem 297 candidaturas próprias e, em nove situações, apoia candidaturas independentes (Anadia, Oliveira do Bairro, Carrazeda de Ansiães, Oleiros, Aguiar da Beira, Ponte de Lima, São João da Pesqueira, Sátão e Calheta de São Jorge). Em três concelhos, concorre coligado (Maia, Funchal e Felgueiras).
Olhando para os mais de 54 mil candidatos do PS à lupa, e contando com câmaras, assembleias municipais e juntas de freguesia, há 60% de independentes; 39% de mulheres (42 candidatas a presidentes de câmara); 24% de jovens com menos de 35 anos (quatro cabeças de lista têm menos de 30).
Quanto aos orçamentos das candidaturas socialistas, “apresentam uma redução de 28,4%” face a 2013. “A verba orçamentada para a campanha em 2013 foi de 20,6 milhões de euros, enquanto que agora em 2017 passou a ser de 14,7 milhões de euros, num universo de candidaturas próprias muito similar (297 este ano, contra 302 nas eleições anteriores), o que significa uma diminuição de 5,8 milhões de euros na previsão de despesas eleitorais”, explicou o PS numa nota enviada ao PÚBLICO.
Já o CDS vai a votos em 266 concelhos (86,36% dos 308), concorrendo a mais cinco do que em 2013. Segundo dados enviados pelo partido ao PÚBLICO, em 156 municípios concorre com listas próprias; em 95 apresenta-se em coligações lideradas pelo PSD; num concelho une-se ao PPM; e, por fim, integra e apoia 14 listas de grupos de cidadãos.
CDU em quase todo o país
A CDU também já fez algumas contas e concluiu que concorre aos órgãos municipais em 304 dos 308 municípios – tem “candidaturas próprias aos órgãos municipais em todos os concelhos do continente e da região autónoma da Madeira e a 15 dos 19 concelhos da região autónoma dos Açores”, avançou o gabinete de imprensa, em comunicado enviado às redacções. Ao PÚBLICO, precisou, por email, que ao todo são cerca de 40 mil os candidatos.
Na nota de balanço, há um aspecto destacado pela CDU – o aumento do número de listas para as freguesias: “O maior número de sempre de listas – 1807 (mais 72 que em 2013) para um universo de 3092, ultrapassando pela primeira vez o número de 2500 correspondente às existentes antes do processo de liquidação de freguesias do governo anterior.”
A coligação que junta o PCP e o Partido Ecologista Os Verdes enaltece ainda “a presença de largos milhares de independentes” e a “identidade própria” da CDU, “não disfarçada em apoios explícitos e implícitos a listas de cidadãos eleitores que acolhem, na maioria das situações, disfarçadas coligações, arranjos partidários ou espaço de promoção de ambições pessoais ou dos interesses dos grupos económicos.”
Quanto ao orçamento, situa-se nos 7,2 milhões de euros, “menos 25,6% do que o apresentado em 2013”. Os comunistas e ecologistas fazem ainda questão de frisar que, à semelhança de “eleições anteriores, o valor inscrito é o orçamentado e não o valor que efectivamente será gasto” – esse, garantem, será “sempre inferior”.
PAN quer vereador em Lisboa
Quanto ao Bloco de Esquerda, concorre a mais municípios do que em 2013 – o número subiu de 119 para 131. Este aumento reflecte-se no orçamento: de pouco mais de um milhão em 2013 para 1,3 neste ano.
No caso PAN, o partido salienta que a maioria das candidaturas são de mulheres: “O Pessoas-Animais-Natureza vai concorrer nas próximas autárquicas de dia 1 de Outubro a 32 municípios e 26 freguesias, sendo que a maioria das candidaturas tem 2/3 de mulheres, por exemplo Porto, Lisboa, Cascais e Ponta Delgada”, lê-se na nota de balanço enviada à imprensa.
Com um orçamento de cerca de 80 mil euros, o PAN quer eleger o primeiro vereador em Lisboa: “O principal objectivo é reforçar e materializar localmente o trabalho que tem sido realizado no Parlamento. Este objectivo materializa-se na expansão da representação municipal do partido pelas várias candidaturas e pelo desafio de eleger o primeiro vereador do PAN. Meta estabelecida pela candidatura de Lisboa, através da candidata Inês de Sousa Real.”
Quanto ao PSD, apresentou 70 mil candidatos: 30% dos candidatos do partido têm idades entre os 29 e os 40 anos; 43% dos candidatos são mulheres; o orçamento para campanhas descerá de 11 milhões há quatro anos para 8,8 milhões este ano; e há um elevado número de candidatos que são cidadãos independentes.