O desespero de Sinéad O'Connor e a desumanização da sociedade
Muitos perguntam "Quanto ganhas?", poucos perguntam "Em que posso ajudar?"; muitos querem saber "Em que trabalhas?", poucos se preocupam: "És feliz?"
Sinéad O'Connor publicou um vídeo onde diz que está completamente sozinha e abandonada, com doença mental, apenas ajudada pelo seu psiquiatra. "Não quero morrer" é uma das expressões que utiliza.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Sinéad O'Connor publicou um vídeo onde diz que está completamente sozinha e abandonada, com doença mental, apenas ajudada pelo seu psiquiatra. "Não quero morrer" é uma das expressões que utiliza.
Esta desumanização é consequência da sociedade de consumo na qual todos somos todos pequenos capitalistas Consumimos e esquecemos quase com a mesma facilidade um produto e uma emoção.
Todos sabemos de um pai abandonado ou uma mãe violentada, um filho rejeitado, um animal espancado. Torna-se ainda mais fácil quando o outro é desconhecido ou um número na engrenagem de uma qualquer indústria. Muitos perguntam "Quanto ganhas?", poucos perguntam "Em que posso ajudar?"; muitos querem saber "Em que trabalhas?", poucos se preocupam: "És feliz?". E afastam-se se não te sentem a utilidade, se não lhes transpira ao faro algum proveito, se lhes fricciona na nuca a maçada que trazes.
O primeiro pecado mortal deveria ser a ingratidão. Humanizar o capitalismo sempre foi utopia; sentir a necessidade humanizar a humanidade é tomar consciência de que talvez nada haja a fazer.