Atletas portugueses escapam ao vírus

O médico da selecção fala em 37 contaminados, incluindo no hotel onde está a comitiva nacional

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Os Mundiais de atletismo viram vários atletas serem afectados por um vírus Reuters/KAI PFAFFENBACH

Os Mundiais de atletismo que estão a decorrer em Londres têm sido marcados por um surto de gastroenterite provocado por um norovírus e que já afectou, pelo menos, 37 atletas entre as várias comitivas. O surto já se espalhou por vários hotéis, incluindo o da selecção portuguesa, mas Pedro Silva, o médico que integra a comitiva, garante que nenhum atleta português, treinador ou dirigente foi atingindo pelo surto.

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Os Mundiais de atletismo que estão a decorrer em Londres têm sido marcados por um surto de gastroenterite provocado por um norovírus e que já afectou, pelo menos, 37 atletas entre as várias comitivas. O surto já se espalhou por vários hotéis, incluindo o da selecção portuguesa, mas Pedro Silva, o médico que integra a comitiva, garante que nenhum atleta português, treinador ou dirigente foi atingindo pelo surto.

“Não há nenhum atleta português infectado, o 'outbreak' [surto] começou no hotel aqui ao lado e espalhou-se pelos outros hotéis e o nosso também já teve casos de gastroenterite, provocado pelo norovírus, que é altamente contagioso e virulento, tem um período de incubação de 12 a 48 horas e os sintomas podem durar à volta de 48 horas”, refere o clínico português. Os últimos números que Pedro Silva teve acesso através da organização são de 37 infectados, entre atletas e voluntários. “Mas a expectativa é que haja mais”, refere.

Ainda não há explicação oficial para o que aconteceu nos vários hotéis onde estão as diversas comitivas. “Quando ouvi falar dos casos, pensei que fosse uma história de intoxicação alimentar, mas é completamente diferente, é uma coisa de Inverno. É uma coisa relativamente comum em lares de terceira idade, em cruzeiros, em sítios onde há muita concentração de pessoas. Acaba por ser uma coisa de saúde pública e temos de seguir os protocolos internacionais”, observa Pedro Silva, referindo que os membros da comitiva portugueses já foram instruídos para tomar medidas adicionais de prevenção contra o norovírus.

Entre os infectados estava Isaac Makwala, velocista do Botswana, que foi forçado pela Federação Internacional de Atletismo a não participar na final dos 400m, em que era um forte candidato às medalhas. O atleta africano garantia que estava em condições de disputar a final, que seria ganha pelo sul-africano Wayde van Nierkek, e que foi a IAAF que o retirou da prova.

Makwala também falhou as eliminatórias dos 200m, mas já não apresenta sintomas e a IAAF, de acordo com os regulamentos, vai deixá-lo correr uma eliminatória sozinho para se qualificar para as “meias” desta noite, onde estará o português David Lima – terá de fazer um mínimo de 20,53s a correr sozinho na pista sete para se qualificar.