Hidrogeólogos de Espanha pedem investigação de águas subterrâneas face à seca

Reservas subterrâneas de água estão ainda por investigar e explorar.

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Rui Gaudencio

Os presidentes das três principais associações de águas subterrâneas de Espanha lançaram uma petição conjunta para pedir às autoridades que invistam na investigação destes recursos, essenciais em períodos de seca.

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Os presidentes das três principais associações de águas subterrâneas de Espanha lançaram uma petição conjunta para pedir às autoridades que invistam na investigação destes recursos, essenciais em períodos de seca.

"Contra a seca, águas subterrâneas, ocultas e esquecidas" é o título da petição lançada pelos presidentes da Associação Internacional de Hidrogeólogos, a Associação Espanhola de Hidrogeólogos e o Clube de Água Subterrânea, na qual lamentam não ser conhecido "com maior precisão" os recursos de água, superficiais ou subterrâneos, existentes.

O documento visa "chamar a atenção" para a importância de conhecer melhor esses recursos e para a necessidade de integrar técnicos especializados em hidrogeologia nas administrações, explicou à agência EFE Bartolomé Andreo, professor de Geodinâmica Externa e presidente da Associação Internacional de Hidrogeólogos.

"As águas subterrâneas em Espanha, além de ocultas, estão praticamente esquecidas e não são tidas em conta de forma adequada no planeamento hidrológico", afirmou.

Segundo este especialista, há demarcações hidrográficas no sul de Espanha onde não há hidrogeólogos, o que considerou "inaudito" em zonas de "grande dependência" das águas subterrâneas.

Este recurso "não está a ser estudado nem investigado" e as autoridades "só se lembram delas quando há seca", disse. E, frisou, "não se pode gerir bem o que não se conhece".

Batolomé Andreo lamentou ainda a "falta de coordenação" entre os ministérios envolvidos nas questões da água: o Ministério da Economia, Inovação e Competitividade, que financia os projetos de investigação das águas no âmbito do Plano Nacional de Investigação, e o Ministério da Agricultura e Pescas, Alimentação e Meio Ambiente, responsável pela planificação hidrológica.

"São dois ministérios distintos, mas é o mesmo governo e o mesmo país. O que um investiga deveria servir também para o outro", disse.

Em Espanha, explicou, muitas das maiores cidades abastecem-se de água superficial, mas há "municípios e cidades que se abastecem com águas subterrâneas".

E, embora as águas subterrâneas e aquíferos "não tenham os grandes caudais que as águas superficiais oferecem, têm caudais mais contínuos no tempo e aguentam melhor as flutuações das alterações climáticas".