Hidrogeólogos de Espanha pedem investigação de águas subterrâneas face à seca
Reservas subterrâneas de água estão ainda por investigar e explorar.
Os presidentes das três principais associações de águas subterrâneas de Espanha lançaram uma petição conjunta para pedir às autoridades que invistam na investigação destes recursos, essenciais em períodos de seca.
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Os presidentes das três principais associações de águas subterrâneas de Espanha lançaram uma petição conjunta para pedir às autoridades que invistam na investigação destes recursos, essenciais em períodos de seca.
"Contra a seca, águas subterrâneas, ocultas e esquecidas" é o título da petição lançada pelos presidentes da Associação Internacional de Hidrogeólogos, a Associação Espanhola de Hidrogeólogos e o Clube de Água Subterrânea, na qual lamentam não ser conhecido "com maior precisão" os recursos de água, superficiais ou subterrâneos, existentes.
O documento visa "chamar a atenção" para a importância de conhecer melhor esses recursos e para a necessidade de integrar técnicos especializados em hidrogeologia nas administrações, explicou à agência EFE Bartolomé Andreo, professor de Geodinâmica Externa e presidente da Associação Internacional de Hidrogeólogos.
"As águas subterrâneas em Espanha, além de ocultas, estão praticamente esquecidas e não são tidas em conta de forma adequada no planeamento hidrológico", afirmou.
Segundo este especialista, há demarcações hidrográficas no sul de Espanha onde não há hidrogeólogos, o que considerou "inaudito" em zonas de "grande dependência" das águas subterrâneas.
Este recurso "não está a ser estudado nem investigado" e as autoridades "só se lembram delas quando há seca", disse. E, frisou, "não se pode gerir bem o que não se conhece".
Batolomé Andreo lamentou ainda a "falta de coordenação" entre os ministérios envolvidos nas questões da água: o Ministério da Economia, Inovação e Competitividade, que financia os projetos de investigação das águas no âmbito do Plano Nacional de Investigação, e o Ministério da Agricultura e Pescas, Alimentação e Meio Ambiente, responsável pela planificação hidrológica.
"São dois ministérios distintos, mas é o mesmo governo e o mesmo país. O que um investiga deveria servir também para o outro", disse.
Em Espanha, explicou, muitas das maiores cidades abastecem-se de água superficial, mas há "municípios e cidades que se abastecem com águas subterrâneas".
E, embora as águas subterrâneas e aquíferos "não tenham os grandes caudais que as águas superficiais oferecem, têm caudais mais contínuos no tempo e aguentam melhor as flutuações das alterações climáticas".