Kagame ganha eleições no Ruanda com 98% dos votos
Presidente ruandês está no poder desde o fim do genocídio, em 1994, e deverá continuar até 2034.
No poder desde 1994, Paul Kagame venceu as eleições presidenciais de sexta-feira no Ruanda com 98% dos votos e prepara-se para ficar mais sete anos à frente do país.
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No poder desde 1994, Paul Kagame venceu as eleições presidenciais de sexta-feira no Ruanda com 98% dos votos e prepara-se para ficar mais sete anos à frente do país.
Os ruandeses foram às urnas, mas não havia grandes dúvidas sobre qual seria o desfecho das eleições, prevendo-se uma repetição do que aconteceu no escrutínio de 2010, em que o líder da Frente Patriótica Ruandesa (FPR) venceu com 93% dos votos.
Esta vitória foi ainda mais esmagadora, com os dois adversários de Kagame a reunirem pouco mais de 1% dos votos numas eleições em que, segundo a comissão eleitoral ruandesa, terão votado 97% dos 6,9 milhões de eleitores no país.
Com as alterações introduzidas à Constituição do país em 2015, Kagame, de 59 anos, poderá ainda concorrer a mais dois mandatos e assim manter-se no poder até 2034.
Paul Kagame lidera o Ruanda desde que o grupo rebelde de tutsis que comandava tomou a capital, Kigali, em 1994, derrubando o governo extremista hútu, responsável pelo genocídio que vitimou cerca de 800 mil pessoas, principalmente membros da minoria tutsi.
Os seus apoiantes sustentam que trouxe estabilidade e desenvolvimento económico a um país devastado, já os críticos (a maioria dos quais estão fora do Ruanda) garantem que ele governa com pulso de ferro e através do medo.
Os opositores de Kagame – o líder da oposição Frank Habineza e o independente Philippe Mpayimana – queixam-se de que os seus apoiantes foram intimidados e que isso explica o resultado eleitoral. Os candidatos derrotados garantem ainda de que as suas acções de campanha foram boicotadas por algumas autoridades locais. Acusações que a FPR rejeita.