O "homem mais odiado da América" foi dado como culpado em três crimes de fraude

Martin Shkreli, empresário de 34 anos, enfrenta uma pena de prisão que pode ir até aos 20 anos.

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Martin Shkreli é conhecido pelo som tom provocatório Reuters/CARLO ALLEGRI

O empresário norte-americano Martin Shkreli, antigo gerente de fundos de investimentos e fundador da farmacêutica Turing Pharmaceuticals, foi dado como culpado em três dos oito crimes de que estava acusado – fraude financeira, conspiração para cometer fraude financeira e conspiração para realizar transferências fraudulentas – enfrentando agora uma pena de prisão que pode ir até aos 20 anos.

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O empresário norte-americano Martin Shkreli, antigo gerente de fundos de investimentos e fundador da farmacêutica Turing Pharmaceuticals, foi dado como culpado em três dos oito crimes de que estava acusado – fraude financeira, conspiração para cometer fraude financeira e conspiração para realizar transferências fraudulentas – enfrentando agora uma pena de prisão que pode ir até aos 20 anos.

Shkreli, de 34 anos, chegou a ser considerado o “homem mais odiado da América”. Foi detido em Dezembro de 2015 e saltou para as capas dos jornais por causa da decisão de aumentar, da noite para o dia e sem aviso, o preço de um medicamento para a toxoplasmose, o Daraprim. Cada comprimido diário, que custava 13,5 dólares passou a custar 750 dólares, sendo o comprimido vendido pela Turing.

Além disso, foi acusado de se ter apropriado ilegalmente de acções da empresa de biotecnologia Retrophin, que fundou em 2011, usando-as para pagar dívidas de outros negócios, quando também geria o fundo de investimento MSMB Capital Management, que perdeu milhões de dólares. No entanto, o empresário foi agora ilibado desta última acusação.

Conhecido pelo seu tom provocatório, antes do início do julgamento (que durou quase um mês), Shkreli afirmou aos jornalistas que era “tão inocente” que, no final, o juiz, o júri e os procuradores que o levaram ao banco dos réus iriam pedir desculpa, segundo declarações citadas pelo New York Times.

Durante o julgamento, a acusação sustentou que o empresário mentiu aos investidores do MSMB sobre a liquidação do fundo, inventando grandes lucros quando, na verdade, o fundo que liderava estava prestes a colapsar. Como prova, os procuradores divulgaram mensagens de Shkreli dirigidas aos investidores com afirmações que corroboram a teoria da acusação.

Por seu lado, como relata o jornal norte-americano, a defesa argumentou que apenas se comete fraude quando esta é realizada com dolo. Ou seja, foi dito que Shkreli não teve a intenção de enganar ou lesar os investidores, tendo, inclusivamente, saldado o que devia através de acções da Retrophin e dinheiro.

Shkreli vem de uma família de imigrantes albaneses e croatas, que ganharam a vida a trabalhar nas limpezas, mas tiveram um filho que, pouco depois dos 20, enriqueceu em Wall Street. Donald Trump chamou-lhe “um miúdo mimado” depois de ter aumentado o preço do Daraprim mais de 55 vezes e a BBC apelidou-o “o homem mais odiado da América.”

Na Retrophin, Shkreli aumentou também os preços de um outro medicamento, chamado Thiola, que permite tratar pedras nos rins resistentes a outras formas de tratamento, aumentando o preço de 1,50 para 30 dólares por comprimido.