CDS exige soluções ao Governo para travar nova greve de médicos
Deputada centrista Isabel Galriça Neto diz “compreender” as razões dos clínicos para avançarem com nova paralisação.
O CDS-PP disse nesta quarta-feira compreender o aviso dos médicos de que avançarão para uma segunda greve caso o Governo não atenda as principais reivindicações e considerou que está nas mãos do ministro da Saúde evitar a paralisação.
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O CDS-PP disse nesta quarta-feira compreender o aviso dos médicos de que avançarão para uma segunda greve caso o Governo não atenda as principais reivindicações e considerou que está nas mãos do ministro da Saúde evitar a paralisação.
"Nós compreendemos que os médicos venham novamente fazer um aviso de que se não se cumprirem determinados compromissos já assumidos, que avançarão para uma nova greve. E compreendemos que se diga que este ministro não está a governar e sim a fazer promessas", afirmou a deputada democrata-cristã Isabel Galriça Neto.
Em conferência de imprensa, no Parlamento, a deputada e médica disse esperar que não seja necessário avançar para a greve e que na próxima reunião entre o Executivo e os médicos, agendada para dia 11, o Governo "passe à prática aquilo que têm sido promessas bondosas". Considerando que são legítimas as reivindicações daqueles profissionais de saúde, a deputada considerou que "muita da resolução da situação está nas mãos do ministro da Saúde", Adalberto Campos Fernandes.
"Aguardemos que governe e que tome medidas num contexto de dificuldades", disse, manifestando preocupação "com a realidade dos doentes em primeiro lugar" e "com um Governo que não está a conseguir governar". "Qualquer médico que preste cuidados de saúde diariamente sabe que a greve é um último recurso", referiu.
Entre as reivindicações dos médicos, a deputada destacou a resolução de "questões de horário e de organização dos serviços de urgência", frisando que os profissionais de saúde estão "demasiado sobrecarregados". A deputada defendeu ainda que a resolução dos problemas do sector da saúde passa pelo "pagamento da dívida aos fornecedores", pelo "não aumento das cativações" e por "mais investimento público" no Serviço Nacional de Saúde. Neste momento, exemplificou, "a realidade do INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica] está à beira da rotura" em consequência da ausência de investimento.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afirmou na segunda-feira que "as organizações sindicais médicas estão preparadas para desencadearem os adequados mecanismos legais de convocação de uma nova greve nacional", caso o Governo não responda positivamente às principais reivindicações, e disse esperar soluções durante o mês de Agosto.
No final da reunião do Fórum Médico, na segunda-feira em Lisboa, o presidente da Federação Nacional dos Médicos adiantou que a próxima reunião com o Ministério da Saúde, a 11 de Agosto, é um encontro "do tudo ou nada". Mário Jorge Neves referiu ainda que, desde a greve nacional de dois dias, que ocorreu em Maio, o Governo tem andado de "adiamento em adiamento".
A redução da lista de utentes por médico de família, a limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das actuais 200, e a imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência são outras das matérias essenciais para os sindicatos e que já estiveram na origem da greve de Maio.