Subida das comissões no Santander Totta compensa impacto da dívida pública
Banco lucrou 228,9 milhões de euros no primeiro semestre, uma subida de 16,7% sustentada na melhoria da qualidade da carteira de crédito e na redução de custos.
Os primeiros seis meses do banco liderado por António Vieira Monteiro foram marcados por uma queda nas duas principais rubricas da actividade bancária, a margem financeira e o produto bancário. Mas para conseguir um crescimento de 16,7% dos lucros para os 228,9 milhões foram determinantes duas outras descidas: a do volume de imparidades, que reflecte a melhoria da qualidade de crédito e a dos custos operacionais. Pelo meio, o aumento verificado nas comissões permitiu atenuar o efeito negativo da carteira da dívida pública, composto em parte pela contrapartida que o Santander aceitou na aquisição do Banif.
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Os primeiros seis meses do banco liderado por António Vieira Monteiro foram marcados por uma queda nas duas principais rubricas da actividade bancária, a margem financeira e o produto bancário. Mas para conseguir um crescimento de 16,7% dos lucros para os 228,9 milhões foram determinantes duas outras descidas: a do volume de imparidades, que reflecte a melhoria da qualidade de crédito e a dos custos operacionais. Pelo meio, o aumento verificado nas comissões permitiu atenuar o efeito negativo da carteira da dívida pública, composto em parte pela contrapartida que o Santander aceitou na aquisição do Banif.
A margem financeira do Santander Totta recuou 8,3% no primeiro semestre para 338,4 milhões de euros. Apesar de estar a pagar menos por depósitos (cujo stock aumento 0,6% para 27,6 mil milhões), a descida da receita com créditos (cujo stock caiu em todos os segmentos) e títulos de dívida pública foi suficiente para justificar este recuo da margem.
No produto bancário, a quebra de 10,8% para 549,4 milhões de euros foi alimentada não só pela margem financeira, mas também pelos resultados de operações financeiras, mais uma vez na sequência “de menores ganhos obtidos com a gestão da carteira de títulos de dívida pública”. Esta rubrica do negócio só não foi pior porque as comissões cresceram 5% para os 166,5 milhões de euros, também para atenuar o impacto da contribuição para o Fundo de Resolução.
Sobre as comissões, o banco explica, em comunicado, que se verificou “um aumento de transacionalidade e utilização dos serviços oferecidos pelo banco aos seus clientes”, em resultado do “incremento do número de clientes vinculados e clientes digitais em 23% e 34%, respectivamente”.
Neste cenário, o Santander conseguiu melhorar o resultado líquido graças à descida dos custos operacionais em 9% para os 261,5 milhões de euros e à melhoria da qualidade da carteira de créditos, onde o volume de imparidades desceu de tal maneira que passou de 50,3 milhões negativos para um efeito positivo de 5,7 milhões. No que diz respeito à carteira de crédito, o rácio de crédito em risco segue a descer e está já nos 4,46%.
Aliás, na componente da solidez, o Santander Totta apresenta, em Junho de 2017, uma radiografia consistente com o facto de estar integrado num banco global da dimensão do Santander espanhol. A instituição continua a apresentar elevados níveis de liquidez, tendo reduzido em 22,2% o financiamento junto do Eurosistema. E os rácios que atestam a solidez, na perspectiva das metas definidas pelas autoridades europeias, situam-se nuns confortáveis 15,8%.