Ex-primeiro-ministro do Paquistão escolheu o irmão como sucessor

Nawaz Sharif fez o anúncio depois de se ter reunido com os líderes da Liga Muçulmana do Paquistão

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Nawaz (à esquerda) e o irmão Shehbaz, que deixa o cargo de governador do Punjab LUSA/RAHAT DAR

Nawaz Sharif, obrigado a demitir-se do cargo de primeiro-ministro do Paquistão, depois de o Supremo Tribunal o ter declarado “inelegível” durante dez anos por ter ocultado rendimentos já depois de estar no cargo, escolheu o irmão, Shehbaz Sharif, como sucessor.

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Nawaz Sharif, obrigado a demitir-se do cargo de primeiro-ministro do Paquistão, depois de o Supremo Tribunal o ter declarado “inelegível” durante dez anos por ter ocultado rendimentos já depois de estar no cargo, escolheu o irmão, Shehbaz Sharif, como sucessor.

"Nomeio Shehbaz Sharif como meu sucessor, mas levará algum tempo até que possa ser eleito. Escolho [o ex-ministro do Petróleo] Shahid Khaqan Abbasi como [chefe] interino por um período de dois meses”, disse o ex-primeiro-ministro, depois de com os líderes da Liga Muçulmana do Paquistão (PMLN), o seu partido.

Antes de assumir o lugar do irmão, Shehbaz Sharif deverá renunciar ao cargo de chefe do governo de Punjab, a maior província do Paquistão, com cerca de metade dos 190 milhões de habitantes do país.

Nawaz Sharif, 67 anos, renunciou ao cargo de primeiro-ministro na sexta-feira após o Tribunal Supremo do Paquistão decidir inabilitá-lo devido ao envolvimento em empresas sediadas em paraísos fiscais. O caso foi descoberto depois de a investigação Panama Papers ter revelado uma série de ligações suspeitas da família Sharif a paraísos fiscais. Mas o facto de o primeiro-ministro continuar a dirigir uma empresa com sede no Dubai mesmo quando já dirigia o país, sem declarar rendimentos, não foi revelada pelos Panama Papers: foi descoberta por uma uma equipa de investigação nomeada pelo Supremo Tribunal paquistanês. 

Os cinco juízes do Supremo decidiram de forma unânime que Sharif deveria ser inabilitado "por desonestidade" e "por não declarar activos", de acordo com a sentença.

Imran Khan, o líder do partido da oposição Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), que tornou a luta contra a corrupção e, em particular, contra Sharif, o seu cavalo de batalha, convocando protestos nas ruas, classificou a imposição da candidatura de Shehbaz Sharif às próximas legislativas como "uma forma de monarquia". Khan, um ex-campeão de críquete, convocou uma nova manifestação para este domingo.