Cerca de 380 mil podiam ter médico de família se não houvesse atraso nos concursos

Acusação é do Sindicato Independente dos Médicos.

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Cerca de 380 mil utentes podiam ter já médico de família se o Ministério da Saúde não se tivesse atrasado a colocar cerca de 200 clínicos recém-especialistas, acusa o Sindicato Independente dos Médicos, considerando o atraso como inqualificável.

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Cerca de 380 mil utentes podiam ter já médico de família se o Ministério da Saúde não se tivesse atrasado a colocar cerca de 200 clínicos recém-especialistas, acusa o Sindicato Independente dos Médicos, considerando o atraso como inqualificável.

“Há 380 mil utentes que podiam ter médico de família e não têm por incompetência do ministro da Saúde”, comentou à agência Lusa o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha.

Segundo o dirigente sindical, verifica-se um “atraso inqualificável do concurso dos recém-especialistas, que desde Abril estão a aguardar colocação”.

Em causa está a colocação de cerca de 200 profissionais que poderiam dar médico de família a 380 mil utentes.

Enquanto se verifica este atraso, o sindicato diz que o Ministério da Saúde está a “sonegar postos de trabalho aos recém-especialistas”, colocando a trabalhar médicos aposentados que regressam ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Com todo o respeito que o SIM tem pelos médicos aposentados que retomaram funções assistenciais, tem também defendido que seja posto fim a estas contratações”, refere o sindicato. Roque da Cunha recorda que a contratação de aposentados começou no tempo da então ministra Ana Jorge, supondo-se uma medida que seria temporária, com contratações unicamente para tarefas assistenciais e com contratos anuais.

“A medida pressupunha-se temporária mas continua a ser adoptada”, afirma o sindicato.

O SIM escreveu já às administrações regionais de Saúde (ARS) sobre os médicos aposentados que estão a desempenhar funções assistenciais e com responsabilidades por listas de utentes, solicitando que seja indicado quantos clínicos existem nesta situação.

Roque da Cunha lembra também que a contratação de aposentados implicaria que se abrissem concursos e vagas correspondentes para serem depois ocupadas por jovens médicos especialistas.