Navio anti-refugiados detido em Chipre por suspeitas de tráfico de pessoas
Autoridades suspeitaram que o C-Star, embarcação do movimento de extrema-direita, levava um grupo com documentos falsos.
Um navio usado por um grupo de extrema-direita anti-migrantes e refugiados foi detido na parte turca de Chipre por transportar um grupo de 20 cidadãos do Sri Lanka com documentos falsos – que poderão, suspeitam as autoridades, ser refugiados.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um navio usado por um grupo de extrema-direita anti-migrantes e refugiados foi detido na parte turca de Chipre por transportar um grupo de 20 cidadãos do Sri Lanka com documentos falsos – que poderão, suspeitam as autoridades, ser refugiados.
A paragem forçada em Chipre é já a segunda do navio, depois de ter sido arrestado no Canal do Suez na semana passada por falta de documentos. O C-Star, que o grupo conseguiu após uma campanha de crowdfunding que recebeu mais de 75 mil euros, saiu do Djibuti no início de Julho com o objectivo de chegar ao porto de Catania, na Sicília, e depois andar por águas internacionais perto da Líbia.
Uma organização não-governamental do Chipre disse que o capitão e tripulação foram detidos depois de se suspeitar que levavam migrantes.
Acabaram libertados e foi-lhes ordenado que saíssem do país, disse Faika Deniz Pasha, da ONG Refugee Rights Association. Segundo a activista, alguns dos cidadãos do Sri Lanka disseram que tinham pago a um traficante para seguirem no navio com destino a Itália.
A polícia da cidade de Famagusta, onde foram detidos, disse que capitão e tripulação tinham sido presentes a tribunal acusados de falsificação de documentos, segundo o diário britânico The Guardian.
O grupo de extrema-direita, que diz querer defender a Europa de imigração em massa, negou a acusação, dizendo que os 20 eram aprendizes e que foram subornados por organizações não-governamentais para dizer que pretendiam pedir asilo.