EUA aumentam a pressão com sanções individuais sobre dirigentes venezuelanos
Departamento do Tesouro incluiu mais 13 dirigentes chavistas na lista das sanções. Chefe da diplomacia europeia exigiu que Caracas tome "medidas urgentes" para travar a escalada de violência no país.
Naquela que é mais uma forma de pressão sobre o regime do Presidente Nicolás Maduro, a partir do estrangeiro, a Administração norte-americana anunciou, esta quarta-feira, a inclusão de mais 13 nomes, todos eles de dirigentes e responsáveis políticos do regime chavista, na lista de venezuelanos abrangidos por sanções individuais: a partir desta quarta-feira, perderam o acesso aos seus bens nos EUA, ficaram impedidos de negociar com cidadãos ou empresas norte-americanas e proibidos de entrar no país.
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Naquela que é mais uma forma de pressão sobre o regime do Presidente Nicolás Maduro, a partir do estrangeiro, a Administração norte-americana anunciou, esta quarta-feira, a inclusão de mais 13 nomes, todos eles de dirigentes e responsáveis políticos do regime chavista, na lista de venezuelanos abrangidos por sanções individuais: a partir desta quarta-feira, perderam o acesso aos seus bens nos EUA, ficaram impedidos de negociar com cidadãos ou empresas norte-americanas e proibidos de entrar no país.
Os chefes do Exército e da polícia nacional da Venezuela, Jesus Suárez e Carlos Perez; o ministro do Interior, Nestor Reverol; a presidente da autoridade eleitoral do país, Tibisay Lucena, ou o vice-presidente da petrolífera estatal PDVSA, Simon Zerpa, foram incluídos na lista de indivíduos sancionados pelos Estados Unidos por suspeitas de corrupção, abusos dos direitos humanos, danos às instituições e “debilitação” da democracia.
Na lista de personas non-gratas já constavam os nomes do vice-presidente da Venezuela, Tarek El Aissami, acusado pelos EUA de tráfico de droga e lavagem de dinheiro, e os juízes do Supremo Tribunal de Justiça que retiraram as competências à Assembleia Nacional. Segundo o Departamento do Tesouro, que regula o regime das sanções, outros “agentes nefastos” da Venezuela poderão ser abrangidos por medidas semelhantes “brevemente”.
O Presidente Donald Trump já tinha prometido responder, “com acções económicas rápidas e duras”, à iniciativa de Nicolás Maduro de instalar uma assembleia nacional constituinte para reescrever a Magna Carta – um desenvolvimento que a oposição venezuelana e os analistas internacionais concordam serve apenas para consagrar a efectiva destituição do actual parlamento e a mudança de regime para uma ditadura no país.
Os Estados Unidos abstiveram-se, porém, de aplicar sanções sectoriais que afectassem a indústria petrolífera e sanções financeiras que impedissem transferências em moeda estrangeira; ou de decretar um embargo comercial semelhante ao que vigora com Cuba. De todas as medidas punitivas, essas seriam as mais radicais, com consequências drásticas para a população venezuelana mas também com impacto severo para os norte-americanos – que veriam o preço dos combustíveis aumentar e enfrentariam uma nova vaga de exilados políticos na sua fronteira.
Sem falar em sanções, a União Europeia exigiu esta quarta-feira que o Governo de Caracas tome “medidas urgentes” para travar a “escalada de tensão e violência” no país, e apelou à suspensão da “controversa assembleia constituinte que corre o risco de aumentar a confrontação e polarizar ainda mais o país”. Em nome da EU, a alta-representante para a política externa, Federica Mogherini, exprimiu ainda a sua preocupação com os “numerosos relatos de violações dos direitos humanos, uso excessivo da força, detenções maciças e julgamentos de civis em tribunais militares”.
Pelo seu lado, o Governo cubano alertou a comunidade internacional para o “respeito absoluto da soberania e autodeterminação”, e recusou terminantemente assumir um papel de mediador para a crise política.
Esta quarta-feira, por toda a Venezuela, sentiram-se os efeitos do primeiro de dois dias de greve geral, convocada pela oposição, na sua ofensiva final contra a constituinte de Nicolás Maduro. Depois de um primeiro ensaio, na semana passada, milhões de pessoas voltaram a responder ao apelo da oposição, ficando em casa e erguendo barricadas para impedir a circulação de todos os veículos excepto ambulâncias.
O Presidente Nicolás Maduro respondeu com a detenção de mais dois magistrados e com a proclamação de que a votação para a assembleia constituinte irá avante mesmo que haja “chuva, trovões e relâmpagos”. Na conta oficial do Governo no Twitter, o Presidente assinou uma mensagem dizendo que “no domingo os venezuelanos decidem se querem paz e justiça ou se querem entregar o país ao estrangeiro”.