Fogo de Mação continua muito activo

"Os incêndios florestais não se combatem, evitam-se", afirma o comandante nacional operacional, Rui Esteves. Que garante ainda que falhas no SIRESP “são pontuais” e “não se prolongam no tempo”.

Foto
LUSA/SÉRGIO AZENHA

O incêndio que deflagrou no domingo no concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco, continua esta terça-feira activo com duas frentes "muito intensas" em Mação, disse o comandante nacional operacional, Rui Esteves.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O incêndio que deflagrou no domingo no concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco, continua esta terça-feira activo com duas frentes "muito intensas" em Mação, disse o comandante nacional operacional, Rui Esteves.

Na conferência de imprensa realizada após a reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional, o comandante da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) adiantou que o incêndio de Mação, que começou há quase dois dias no concelho da Sertã, mobiliza 1041 operacionais, apoiados por 326 viaturas e nove meios aéreos nacionais e dois de Espanha.

Rui Esteves adiantou que os 135 habitantes retirados na segunda-feira das aldeias do concelho de Mação estão no centro Desportivo de Carvoeiro e só regressam às suas localidades quando estiverem reunidas as condições de segurança. O mesmo responsável sublinhou que há bombeiros no interior das aldeias e, se for necessário, outros habitantes serão retirados.

A combater este incêndio na Sertã estão ainda 126 grupos de reforço de todo o país, nove pelotões militares e uma unidade de emergência de Espanha, com 58 militares e 20 veículos, que já está em Mação adiantou o comandante nacional.

Falhas no SIRESP

Rui Esteves disse que as interrupções que se verificam no Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança em Portugal (SIRESP) nos incêndios do distrito de Castelo Branco “são pontuais” e “não se prolongam no tempo”, estando a ser superadas com as antenas móveis e Rede Operacional dos Bombeiros. “Quando falamos de interrupções, elas são pontuais, não se prolongam no tempo (...). É evidente que está identificado por todos essa questão e tem alguns constrangimentos”, afirmou.

O comandante adiantou que o SIRESP tem “falhas momentâneas” sempre que há uma grande concentração de utilizadores.

O mesmo responsável explicou que “essas falhas estão a ser superadas com as antenas móveis” que permitem a ligação ao sistema SIRESP, estando, neste momento, uma no incêndio do concelho de Vila Velha do Rodão e a outra em Proença-a-Nova. "Logo que foi identificado pela rede SIRESP que havia falhas, foi deslocalizada uma segunda estação móvel, porque uma primeira já se encontrava no local."

O comandante disse também que “sempre que se inicia uma ocorrência é determinado aos operacionais” que utilizam o canal alternativo da Rede Operacional dos Bombeiros (ROB) “para não concentrar as comunicações só no SIRESP”.

Rui Esteves esclareceu ainda que “as ordens são dadas por quem está no terreno” e não por Lisboa.

Outro incêndio que está activo no país e que mobiliza igualmente um grande número de meios é o que deflagrou também no domingo em Castelo Branco, estando a ser combatido por 422 operacionais, 125 viaturas e três meios aéreos.

No total, estes dois fogos mobilizam 1463 operacionais, 451 meios terrestres e 14 meios aéreos.

Rui Esteves deu ainda conta que, na manhã desta terça-feira, deflagraram, também no concelho de Mação, distrito de Santarém, dois incêndios, um às 11h15 e outro às 11h30. Nesse sentido, apelou aos cidadãos para que tenham comportamentos adequados. "Os incêndios florestais não se combatem, evitam-se", sustentou.