Mónaco: de comprador compulsivo a vendedor recordista

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Reuters/Phil Noble

Tem sido norma que os clubes europeus adquiridos por milionários, oligarcas e grupos privados de investimento entrem no mercado de transferências de forma particularmente musculada e agressiva. O Mónaco não foi excepção, quando passou para as mãos do russo Dmitri Rybolovlev, em Dezembro de 2011. Depois de regressar ao primeiro escalão francês, abriu os cordões à bolsa efusivamente.

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Tem sido norma que os clubes europeus adquiridos por milionários, oligarcas e grupos privados de investimento entrem no mercado de transferências de forma particularmente musculada e agressiva. O Mónaco não foi excepção, quando passou para as mãos do russo Dmitri Rybolovlev, em Dezembro de 2011. Depois de regressar ao primeiro escalão francês, abriu os cordões à bolsa efusivamente.

Só na temporada de 2013-14, o emblema do principado gastou 160 milhões de euros em contratações, que incluíram, entre outros, Radamel Falcao, João Moutinho, James Rodríguez ou Geoffrey Kondogbia. Mas depois foi necessário reduzir custos e equilibrar as contas e hoje o Mónaco é uma máquina de fazer dinheiro sem perder a competitividade.

Na janela de transferências de 2015-16, o clube foi recordista em receitas, registando 160,4 milhões de euros, mais 39 milhões do que o FC Porto, que ocupou a segunda posição do ranking. Verificou-se uma mudança estratégica, que chegou a ser atribuída a eventuais problemas financeiros do oligarca russo e a um alegado desentendimento com os responsáveis políticos monegascos. A verdade é que o clube se deixou de contratações milionárias de jogadores feitos e passou a apostar em jovens com grande potencial de crescimento, colocando o treinador português Leonardo Jardim à frente do novo projecto.

Depois de perder grande parte das principais estrelas consolidadas do plantel, o técnico começou a construir uma equipa para o futuro, que explodiu na última temporada. Conquistou o título francês, superiorizando-se ao milionário PSG e alcançou as meias-finais da Liga dos Campeões, onde foi eliminado pela Juventus. Sucessos que levaram à cobiça dos seus jovens talentos.

O ex-benfiquista Bernardo Silva, de 22 anos, por quem o Mónaco pagou 15 milhões de euros em 2014-15 foi resgatado este defeso pelo Manchester City, a troco de 50 milhões de euros. E o milionário clube britânico voltou ontem ao supermercado monegasco para deixar na caixa registadora mais 57,5 milhões de euros pelo defesa esquerdo Benjamin Mendy, de 23 anos. Ainda para a Premier League, mas para o Chelsea, seguiu o médio defensivo Tiemoué Bakayoko, de 22 anos, por 40 milhões de euros. Um total de 147,5 milhões por apenas três jogadores.

E ainda tenta resistir ao forte assédio sobre o jovem avançado Kylian Mbappé, de apenas 18 anos. O jogador foi uma das grandes revelações da última temporada, com 26 golos apontados, e é cobiçado por quase todos os colossos europeus. O Mónaco já fez saber que não quer prescindir, para já, do franco-camaronês e desfalcar ainda mais a equipa de Jardim, mas as verbas que estão em cima da mesa podem falar mais alto. Os rumores do mercado dizem que os monegascos já terão declinado uma proposta de 110 milhões, proveniente de Inglaterra, e não pretendem prescindir da sua vedeta por valores inferiores a 190 milhões. E como está o mercado, este valor até pode não ser tão irrealista assim.