“The Rock” está em todo o lado, e na televisão também
A terceira temporada de Ballers estreia esta madrugada na TVSéries.
Resumo dos capítulos anteriores: desporto, excessos, celebridades e Dwayne “The Rock” Johnson a cantar “Shake it off”, de Taylor Swift, no carro. Cenas dos próximos capítulos: desporto, excessos, celebridades e, quem sabe, Dwayne “The Rock” Johnson a cantar qualquer outro êxito orelhudo de uma outra diva da pop. Isto é Ballers, a comédia da HBO que tem a antiga “estrela” do wrestling a fazer as vezes de agente desportivo/gestor financeiro para jogadores de futebol americano, uma espécie de Jorge Mendes da NFL, mas bem mais volumoso que o agente de Ronaldo e Mourinho. Negoceia contratos, lida com as manias dos seus clientes e nunca larga o telemóvel.
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Resumo dos capítulos anteriores: desporto, excessos, celebridades e Dwayne “The Rock” Johnson a cantar “Shake it off”, de Taylor Swift, no carro. Cenas dos próximos capítulos: desporto, excessos, celebridades e, quem sabe, Dwayne “The Rock” Johnson a cantar qualquer outro êxito orelhudo de uma outra diva da pop. Isto é Ballers, a comédia da HBO que tem a antiga “estrela” do wrestling a fazer as vezes de agente desportivo/gestor financeiro para jogadores de futebol americano, uma espécie de Jorge Mendes da NFL, mas bem mais volumoso que o agente de Ronaldo e Mourinho. Negoceia contratos, lida com as manias dos seus clientes e nunca larga o telemóvel.
Não há aqui um grande arco narrativo que valha a pena descrever porque Ballers, cuja terceira temporada estreia no canal TVSéries na próxima madrugada (3h), vive à custa do carisma do seu protagonista. Em Ballers, “The Rock” não anda em perseguições automóveis (como nos infinitos Velocidade Furiosa), nem desfaz gente no ringue como nos tempos da WWE. Usa fato e gravata e passa o tempo a controlar-se para não bater em ninguém (bate muitas vezes na mesa e na parede), e lá lhe dão uma personagem com alguma espessura, um ex-jogador de futebol americano em conflito com o seu passado e a tentar reinventar-se.
“The Rock” está, de facto, em todo o lado. É a primeira escolha para tudo o que é filmes de acção de grande orçamento, basicamente o Arnold Schwarzenegger do século XXI, mas também é um performer competente em registo de comédia, e foi o actor mais bem pago em 2016. Na televisão, começou por ser um dos “bons” do wrestling e apresentou o arquear de sobrancelha como marca registada, e agora consegue ter tempo na sua agenda carregada para fazer dez episódios por ano desta série em que também é produtor executivo – como a série se passa em Miami, é quase como férias activas.
Do estábulo da HBO nem tudo são coisas de uma densidade dramática superlativa e que marcaram (marcam) uma era, como foram Os Sopranos, The Wire - A Escuta ou Sete Palmos de Terra. Mesmo em comédia, o canal de cabo tem tido muitos “touchdowns”, como Curb Your Enthusiasm – Calma, Larry (que vai voltar em Outubro, depois de uma interrupção de seis anos), Veep ou Sillicon Valley. Este Ballers está mais perto de outro produto HBO, Entourage, cuja abordagem ao estilo de vida dos ricos, famosos e malucos aconteceu na indústria do cinema. É a vida dos “um por cento” no desporto profissional: miúdas em topless (e “The Rock” em topless, claro), cocaína, carros potentes, barcos de luxo, festas e álcool.
A acompanhar “The Rock” está gente muito respeitável de outros carnavais, como Rob Corddry (um antigo correspondente do Daily Show) ou Richard Schiff (um dos Homens do Presidente), e até John David Washington (filho de Denzel), entre muitas referências e aparições de gente do futebol americano que só os adeptos da NFL irão reconhecer, mas já sabemos que algures na terceira temporada irá aparecer Steph Curry, uma das “estrelas” da NBA. E vamos ter a recuperação de um “zombie” vindo directamente dos anos 1980. Quem viu os Academia de Polícia saberá quem é Steve Guttenberg, aqui no papel de milionário excêntrico de Las Vegas.
Ballers é hedonista, gratuito e apela ao voyeurismo. Nunca vai explicar o sentido da vida, não vai salvar o mundo, mas nem todas as séries precisam de o fazer.