Sindicatos dos enfermeiros desmarcam greve
Ministro da Saúde comprometeu-se a iniciar negociações para rever acordo colectivo de trabalho, dizem dirigentes dos sindicatos que apoiam protesto de enfermeiros especialistas.
Os dirigentes da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem, que é composta pelos dois sindicatos que apoiam o protesto dos especialistas em saúde materna e obstétrica, desmarcaram a greve que tinham convocado para a semana entre 31 de Julho e 4 de Agosto, depois de terem estado reunidos com o ministro da Saúde num encontro "surpresa" na quinta-feira à tarde.
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Os dirigentes da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem, que é composta pelos dois sindicatos que apoiam o protesto dos especialistas em saúde materna e obstétrica, desmarcaram a greve que tinham convocado para a semana entre 31 de Julho e 4 de Agosto, depois de terem estado reunidos com o ministro da Saúde num encontro "surpresa" na quinta-feira à tarde.
A decisão é anunciada pelos dirigentes dos dois sindicatos - o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem e o Sindicato dos Enfermeiros - nas suas páginas da Internet. Fernando Correia, do Sindicato Independente dos Profisisionais de Enfermagem, explica que no encontro de quinta-feira à tarde ficou acordado que o Ministério da Saúde vai “desenvolver um processo negocial” já a partir de segunda-feira, dia para o qual ficou marcada uma reunião.
Há “um acordo de cavalheiros”, sublinha pelo seu lado o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, José Azevedo. Na segunda-feira, diz, arrancam "as negociações do acordo colectivo de trabalho" em que serão revistas várias matérias, nomeadamente a "introdução dos enfermeiros especialistas nas carreiras" e a consequente revalorização salarial. Por isso, explica, os dirigentes sindicais decidiram “suspender tudo o que estava a ser feito para pressionar” a tutela, nomeadamente a greve que ia começar no final do mês.
O Ministério da Saúde divulgou precisamente na quinta-feira à tarde um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República que sustenta que os enfermeiros que se têm recusado a exercer as suas funções especializadas desde o início deste mês em várias maternidades de hospitais públicos podem ser responsabilizados disciplinar e civilmente e incorrer em faltas injustificadas. “São pareceres, não uma lei”, desvalorizou José Azevedo.
Sublinhando que os profissionais continuam a assegurar os cuidados gerais, o porta-voz do movimento de enfermeiros especialistas já anunciou que o protesto será mantido enquanto se aguarda pelos resultados da reunião de segunda-feira entre os dirigentes sindicais e o Ministério da Saúde. Também a Ordem dos Enfermeiros já reafirmou o seu apoio a estes profissionais.
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