Underdogs: uma plataforma e galeria em forma de livro
Nos últimos anos, a plataforma Underdogs, que é também galeria, programa de arte pública e produção de edições artísticas, tem trabalhado com quase uma centena de artistas das linguagens da cultura gráfica e visual. Shepard Fairley é apenas o último.
Sediada em Lisboa, a Underdogs é uma plataforma cultural dirigida por Alexandre Farto (Vhils) e Pauline Foessel, estabelecida em 2010 e consolidada na sua presente forma em 2013, tendo desde então assentado em três vectores: uma galeria de arte com exposições regulares, a Underdogs (rua Fernando Palha, Armazém 56, Lisboa), onde estará patente a mostra de Stephen Fairley; um programa de arte pública que visa promover a arte como experiência quotidiana; e a produção de edições artísticas. O objectivo desde o início tem estado bem definido: trabalhar com artistas internacionais e portugueses ligados às novas linguagens da cultura gráfica e visual de inspiração urba
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Sediada em Lisboa, a Underdogs é uma plataforma cultural dirigida por Alexandre Farto (Vhils) e Pauline Foessel, estabelecida em 2010 e consolidada na sua presente forma em 2013, tendo desde então assentado em três vectores: uma galeria de arte com exposições regulares, a Underdogs (rua Fernando Palha, Armazém 56, Lisboa), onde estará patente a mostra de Stephen Fairley; um programa de arte pública que visa promover a arte como experiência quotidiana; e a produção de edições artísticas. O objectivo desde o início tem estado bem definido: trabalhar com artistas internacionais e portugueses ligados às novas linguagens da cultura gráfica e visual de inspiração urba
Recentemente foi lançado um livro, intitulado simplesmente Underdogs, que dá conta do trabalho até agora desencadeado, constituído por textos e inúmeras fotos que traçam o percurso da plataforma ao lado de nomes tão diferentes como Felipe Pantone, How & Nosm, Cyrcle, MaisMenos, AkaCorleone, Olivier Kosta-Théfaine, Sainer, Okuda, Clemens Behr, Francisco Vidal, Estúdio Pedrita, Maria Imaginário, Robert Panda ou Wasted Rita. Nesse contexto pedimos a Alexandre Farto e Pauline Foessel que destacassem quatro momentos da história do projecto até agora, respeitante ao trabalho que têm vindo a desenvolver desde o início com quase uma centena de artistas, partindo do pressuposto que as áreas em que operam fazem parte de um todo.
“O início do programa de Arte Pública Underdogs em Maio de 2013 com a peça mural do colectivo ucraniano Interesni Kazki, na Praça Olegário Mariano, foi muito importante para a Underdogs”, afirmam, marcando o início do trabalho que foram desenvolvendo no espaço público de Lisboa, ajudando ao estabelecimento do que acreditam ser um relacionamento próximo com os habitantes da cidade. “Isto sem desmerecimento para as restantes 28 peças de arte pública que os artistas com quem trabalhámos criaram em Lisboa ao longo destes anos e que são igualmente significativas.”
Nesse contexto também a inauguração da primeira exposição na galeria é enaltecida. Foi uma mostra individual do colectivo americano Cyrcle, que ocorreu em Julho de 2013. “Não só assinalou a abertura de um espaço de visibilidade para esta nova geração de artistas com quem temos trabalhado, mas também veio consolidar o projecto da plataforma, dando-lhe uma base física onde podemos interagir directamente com o público”, argumentam, tornando possível que muitas outras exposições tivessem inaugurado desde então com grande regularidade.
Também a abertura da Underdogs Art Store, ao Cais do Sodré, em Dezembro de 2014, é destacada, porque assinalou a expansão da plataforma com o estabelecimento de um novo espaço vocacionado para a interacção com o público “que oferece vários produtos e serviços, incluindo um programa educativo, um programa de residências artísticas, um serviço de visitas guiadas à arte pública ou exposições temporárias ligadas ao universo das edições”, argumentam, enaltecendo o facto de dividirem o espaço em parceria com a loja Montana Lisboa e o Montana Lisboa Café.
Mas mais do que um momento significativo, interessa-lhes enaltecer um número: “temos orgulho nas 120 edições artísticas que produzimos ao longo destes 4 anos e que assinalam esta área que consideramos fundamental para a missão de democratizar o acesso à arte e que incluem uma variedade de suportes como serigrafias impressas manualmente, impressões digitais em risografia e giclée, monotipos, gravuras em água-tinta, litografias, livros e outras edições em materiais como pedra, vidro acrílico, madeira ou tecido." São todos esses vectores que estão agora patentes num livro, assinado por Pauline Foessel e Miguel Moore, com desenho gráfico de João M. Machado, que faz um balanço dos primeiros quatro anos de vida da plataforma.