Americanos elegem melhores filmes franceses do século XXI
O site americano Indiewire coloca Holy Motors (2012), de Leos Carax, no topo dos 25 melhores filmes franceses que se estrearam já neste século. Amour (2012), de Michael Haneke, e 35 Rhums (2008), de Claire Denis, completam o pódio.
Holy Motors (2012), de Leos Carax, um estranho drama fantástico protagonizado por um polivalente Monsieur Oscar que vai assumindo sucessivos papéis (empresário, assassino, mendigo, pai de família...), é o melhor filme francês do século XXI. Quem o garante é o site americano Indiewire, dedicado ao cinema independente, que divulgou a sua lista dos melhores 25 filmes franceses estreados no circuito comercial a partir de 1 de Janeiro de 2000.
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Holy Motors (2012), de Leos Carax, um estranho drama fantástico protagonizado por um polivalente Monsieur Oscar que vai assumindo sucessivos papéis (empresário, assassino, mendigo, pai de família...), é o melhor filme francês do século XXI. Quem o garante é o site americano Indiewire, dedicado ao cinema independente, que divulgou a sua lista dos melhores 25 filmes franceses estreados no circuito comercial a partir de 1 de Janeiro de 2000.
Estreado em 2012 no Festival de Cannes, Holy Motors, a primeira longa-metragem de ficção que Carax realizava desde Pola X (1999), perdeu nesse ano a Palma de Ouro para Amour, de Michael Haneke, com Jean-Louis-Trintignant, Emmanuelle Riva e Isabelle Huppert, que é precisamente o segundo classificado deste top do Indiewire.
E tratando-se de uma escolha americana, a surpresa é que o filme de Haneke, vencedor do Óscar para melhor filme estrangeiro e nomeado para mais quatro, tenha perdido para Holy Motors, uma obra bastante menos consensual, embora a generalidade da crítica francesa tenha elogiado a sua originalidade e beleza visual, duas qualidades difíceis de negar ao cinema de Carax desde os seus filmes dos anos 80, como Paixões Cruzadas (1984) ou Má Raça (1986).
Não é a primeira vez, de resto, que a redacção do Indiewire mostra apreço por Holy Motors. Já em 2012, quando o site divulgou, como habitualmente, o melhor filme e a melhor interpretação do ano, a segunda escolha recaiu em Denis Lavant pelo seu papel no filme de Leos Carax.
O terceiro lugar deste pódio americano do cinema francês foi para 35 Shots de Rum (2008), um drama familiar de Claire Denis que presta assumida homenagem a Primavera Tardia (1949), do cineasta japonês Yasujirô Ozu.
A lista do Indiewire prossegue com Adeus à Linguagem (2014), um filme experimental em 3D de Jean-Luc Godard, com actores praticamente desconhecidos do público francês, que venceu o prémio do júri no festival de Cannes.
Éden (2014), uma incursão de Mia Hansen-Løve na cena underground parisiense dos anos 90, ficou em quinto lugar, e a jovem cineasta, que entrou no cinema como actriz, pela mão de Olivier Assayas, é um dos quatro realizadores que tiveram direito a duas entradas na lista do Indiewire, que também destacou o seu filme imediatamente anterior, Um Amor de Juventude (2011).
Os outros três repetentes deste top-25 são o já referido Michael Haneke, cujo Nada a Esconder (2005), com Daniel Auteuil e Juliette Binoche, ficou em 9.º lugar, Jacques Audiard, com Um Profeta (2009), na 6.ª posição, e De Tanto Bater o Meu Coração Parou (2005), na 18ª, e Olivier Assayas: Tempos de Verão (2008), também com Juliette Binoche, chegou ao 11.º lugar e o mais recente Depois de Maio (2012) aparece em 19.º.
Um dos filmes franceses de maior notoriedade internacional realizados no século XXI, O Fabuloso Destino de Amélie (2001), de Jean-Pierre Jeunet, com Audrey Tautou e Mathieu Kassovitz – foi nomeado para cinco Óscares –, aparece em 7.º na lista do Indiewire, um lugar à frente de Maria-Rapaz (2011), de Céline Sciamma, protagonizado por uma criança de 10 anos chamada Laure (Zoé Héran) que se apresenta aos seus novos vizinhos como sendo um rapaz chamado Mickaël.
O top ten encerra-se com A Vida de Adèle (2013), de Abdellatif Kechiche, história de uma adolescente, interpretada por Léa Seydoux, que descobre a sua homossexualidade.
Outros filmes que, segundo o Indiewire, já marcaram o cinema francês do século XXI são Visages, Villages (12.º), de Agnès Varda, que ainda não foi exibido comercialmente em Portugal e é o único filme da lista estreado já este ano, O Escafandro e a Borboleta (13.º), de Julian Schnabel, Um Conto de Natal, de Arnaud Desplechin (14.º), Apollonide – Memórias de Um Bordel, de Bertrand Bonello (16.º), Quando se Tem 17 Anos, de André Téchiné (17.º) e, completando os vinte melhores, A Turma, de Laurent Cantet, nomeado em 2009 para o Óscar de melhor filme estrangeiro.
Nos últimos cinco lugares da lista aparecem, por esta ordem, O Pequeno Quinquin (2014), de Bruno Dumont, Swimming Pool, de François Ozon (2002), Dos Homens e dos Deuses (2010), de Xavier Beauvois, O Homem do Comboio (2002), de Patrice Leconte, e La Sapienza (2014), de Eugène Green.