Para lá do cinema, o Queer Lisboa explora as artes multimédia
Festival de cinema LGBTQ começa a apresentar a programação das edições de 2017: em Lisboa, será de 15 a 23 de Setembro, no Porto, irá de 4 a 8 de Outubro.
Para a sua 21.ª edição, a decorrer de 15 a 23 de Setembro próximos, o Queer Lisboa aposta em mergulhar no fluxo de imagens multimédia dos nossos dias, ao homenagear a artista taiwanesa Shu Lea Cheang. Apresentado esta quinta-feira ao público, o programa do Festival Internacional de Cinema Queer de 2017 passa também pelo terceiro ano da sua expansão ao Porto, com uma retrospectiva do trabalho de Peter Friedman, documentarista pioneiro dos “anos negros” da sida com Silverlake Life (1993), e um programa paralelo sobre a representação autobiográfica no cinema LGBTQ (lésbico, gay, bisexual, transgénero e queer).
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Para a sua 21.ª edição, a decorrer de 15 a 23 de Setembro próximos, o Queer Lisboa aposta em mergulhar no fluxo de imagens multimédia dos nossos dias, ao homenagear a artista taiwanesa Shu Lea Cheang. Apresentado esta quinta-feira ao público, o programa do Festival Internacional de Cinema Queer de 2017 passa também pelo terceiro ano da sua expansão ao Porto, com uma retrospectiva do trabalho de Peter Friedman, documentarista pioneiro dos “anos negros” da sida com Silverlake Life (1993), e um programa paralelo sobre a representação autobiográfica no cinema LGBTQ (lésbico, gay, bisexual, transgénero e queer).
Mas uma coisa de cada vez. Em Lisboa, o destaque irá para a obra de Shu Lea Cheang, que se dividirá entre os seus trabalhos para o cinema (exibidos no São Jorge) e para a galeria (a decorrer no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, no âmbito da exposição Arte e Género). Cheang tem estado primordialmente activa no ramo que se designou por new media art, explorando, nas palavras da própria artista, “o estereotipo étnico, a natureza e os excessos dos média populares, o poder institucional e especialmente governamental, as relações raciais e as políticas sexuais”. Coube-lhe realizar uma das primeiras instalações artísticas interactivas on-line, Brandon (1998-1999), inspirada pelo caso verídico do adolescente trans Brandon Teena, comissariada pelo Guggenheim de Nova Iorque, e que estará patente a 21 de Setembro no MNAC. Cheang trará a Lisboa o projecto que desenvolveu para o Madrid Pride 2017, Wonders Wander.
No Porto, o Queer Porto 3, que correrá de 4 a 8 de Outubro no Rivoli, na malavoadora.porto, nos Maus Hábitos e na Wrong Weather, homenageará Peter Friedman, cujo documentário de 1993 Silverlake Life: The View from Here veio abrir uma janela sobre o quotidiano da vida com o VIH nos anos 1990, acompanhando os últimos meses da relação, e das vidas, de Tom Joslin (creditado como co-realizador) e Mark Massi, e premiado no festival de Sundance. Friedman, que estará presente no Porto, é também o pretexto para um programa paralelo sob o genérico This Is Me, que inclui filmes como Tarnation, de Jonathan Caouette, Mapplethorpe: Look at the Pictures, de Fenton Bailey e Randy Barbato, ou peças da documentarista feminista experimental Barbara Hammer.
O filme de abertura do Queer Lisboa, a 15 de Setembro, será o aclamado God’s Own Country, estreia na realização do actor inglês Francis Lee. Definido pelo crítico do Guardian Peter Bradshaw como “a resposta britânico a O Segredo de Brokeback Mountain”, este drama sobre a relação entre um camponês do Yorkshire e o imigrante romeno que vem ajudar na quinta venceu o prémio de realização em Sundance, o prémio do público da secção Teddy em Berlim e o prémio máximo do festival de Edimburgo. A 22 de Setembro, o Queer Lisboa mostra 1:54, estreia na realização do canadiano Yan England, sobre o fenómeno do bullying, que será também o filme de encerramento do Queer Porto a 8 de Outubro. As informações poderão ir sendo consultadas no site www.queerlisboa.pt