Trabalhadoras do Centro Social de Miragaia pedem que Governo se pronuncie sobre encerramento
As funcionárias do Centro Social da Paróquia de Miragaia criticam a oferta do bispo do Porto para a implementação do novo projecto de empreendedorismo social, proposto pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
As trabalhadoras do Centro Social da Paróquia de Miragaia, que poderá se encerrado no dia 31 de Agosto, pedem que o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social tome uma posição pública sobre o processo de encerramento, cujas consequências passam pela “eliminação de um serviço de proximidade numa comunidade fragilizada e esquecida”.
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As trabalhadoras do Centro Social da Paróquia de Miragaia, que poderá se encerrado no dia 31 de Agosto, pedem que o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social tome uma posição pública sobre o processo de encerramento, cujas consequências passam pela “eliminação de um serviço de proximidade numa comunidade fragilizada e esquecida”.
Após os protestos iniciados pelas 25 funcionárias do centro, que exigem que os seus direitos e os dos utentes sejam garantidos, Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, propôs a criação de um projecto de empreendedorismo social num espaço camarário, para atender às necessidades da freguesia.
Em comunicado, as funcionárias anunciaram que, depois do desafio proposto, o bispo do Porto, António Francisco dos Santos, ofereceu o edifício onde funcionam actualmente as respostas sociais da infância para acolher o projecto. Para as trabalhadoras, esta posição do bispo é “inexplicável e até absurda”, pois o edifício “carece de pré-requisitos ao nível das acessibilidades” como elevador e sistema automático de detecção de incêndios, indispensáveis para obter uma licença de utilização. Além disso, são necessárias “obras de manutenção e adequação aos serviços sociais, prioritários para esta comunidade”, argumentam.
Enquanto não obtêm resposta do bispo à audiência solicitada no dia 11 de Julho, as funcionárias reuniram na passada quarta-feira, dia 12, com o candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal do Porto, Manuel Pizarro, e elaboraram um plano de acção que tem em vista duas prioridades: o “respeito integral dos direitos das trabalhadoras” e a “manutenção de um serviço social de proximidade, na parte baixa da Freguesia de Miragaia”, mantendo as respostas sociais de apoio à infância, às famílias e seniores. Segundo o documento, o candidato socialista disse ser importante garantir o apoio técnico, licença de utilização e realização das obras necessárias e encontrar uma "entidade gestora de suporte institucional" para o novo projecto.
As funcionárias anunciaram também que vão reunir-se com a autarquia na próxima sexta-feira, dia 21, para avançar com a concretização do projecto proposto por Rui Moreira e reforçaram a urgência para que “todas estas entidades e forças políticas concretizem as suas boas intenções e assegurem os postos de trabalho, os direitos laborais das trabalhadoras e dos serviços socias de proximidade à população”.
O Centro Social da Paróquia de Miragaia é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) fundada em 1961 e conta actualmente com 25 trabalhadoras e cerca de 200 utentes - crianças e idosos - distribuídos pelas diversas valências.
Texto editado por Ana Fernandes