Cascais deixa-se seduzir pelo fado e leva-o a passear no parque

António Zambujo, Camané e Mariza com Jorge Fernando e Pedro Jóia são os cabeças de cartaz. E ainda há Ângelo Freire, Fábia Rebordão e Maria Emília. Três noites seguidas no Parque de Palmela, de 20 a 22 de Julho.

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António Zambujo é o nome forte da primeira noite do Montepio Fado Cascais MIGUEL MANSO

Num espaço historicamente conquistado e ocupado pelo jazz, estreia-se agora o fado. E com um programa que é, assumidamente, um “concentrado” de nomes de primeira linha: António Zambujo a abrir, em 20 de Julho, com a jovem fadista Maria Emília na primeira parte; depois, no dia 21, o projecto Raízes, que junta Mariza, Jorge Fernando e Pedro Jóia (na primeira parte, o já muito aclamado guitarrista Ângelo Freire); e por fim, no dia 22, Camané (cujo próximo disco, Camané Canta Marceneiro, será editado em 6 de Outubro) antecedido de Fábia Rebordão (que lançou em finais de 2016 novo disco, Eu).

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Num espaço historicamente conquistado e ocupado pelo jazz, estreia-se agora o fado. E com um programa que é, assumidamente, um “concentrado” de nomes de primeira linha: António Zambujo a abrir, em 20 de Julho, com a jovem fadista Maria Emília na primeira parte; depois, no dia 21, o projecto Raízes, que junta Mariza, Jorge Fernando e Pedro Jóia (na primeira parte, o já muito aclamado guitarrista Ângelo Freire); e por fim, no dia 22, Camané (cujo próximo disco, Camané Canta Marceneiro, será editado em 6 de Outubro) antecedido de Fábia Rebordão (que lançou em finais de 2016 novo disco, Eu).

Tudo isto ocorrerá no Parque de Palmela, a partir desta quinta-feira. A ideia foi de uma empresa de espectáculos, que apresentou primeiro a proposta à Câmara de Cascais, em finais do ano passado. Ricardo Tadeu, dessa empresa, a Sunset Drive, explica: “Senti que faltava, fora do centro de Lisboa, um evento dedicado ao fado. Nesta zona, que é tão turística, há muitos e bons eventos de música, e de música portuguesa, mas de fado não havia.” Entre a aceitação da proposta e o anúncio dos espectáculos passou algum tempo, por razões de logística. “Foi uma aposta para não perder o momento. A decisão de avançar foi tomada no final de 2016, mas depois foi preciso angariar apoios e isso atrasou um bocado. Mesmo assim, não quisemos perder esta oportunidade, este Verão.” O que se seguiu, encontrado o patrocinador, definiu também o nome: Montepio Fado Cascais. Isto depois de firmada uma parceria com a Câmara de Cascais e com a Fundação D. Luís.

“Foi um risco”, reconhece Ricardo Tadeu. “Mas acreditamos no poder de atracção do cartaz, que é muito bom. O local é excelente, há público nesta região (apesar da haver muita oferta também) e ouvir fado no exterior, no Verão, não é comum ver-se isso.”

Do parque até à vila

As portas abrir-se-ão, todos os dias, às 19h30, estando os espectáculos marcados para as 21h30. Isto porque estará, no recinto, uma exposição com objectos “gentilmente cedidos pelo Museu do Fado – EGEAC”. Prometem-se ainda jantares típicos “com desgarradas” e, algures num palco “no centro da vila”, também haverá fado, entre as 19h30 e as 22h.

António Zambujo, que no dia 21 estará no Coliseu de Lisboa com o seu projecto em torno das canções de Chico Buarque, Até Pensei Que Fosse Minha (marcado para Junho, mas adiado devido à morte do pai do cantor), actuará um dia antes em Cascais, na sua faceta mais fadista. Entre ele e o fecho, com a voz inconfundível de Camané, actuará o projecto Raízes, junção de três nomes de relevo no panorama musical, e não só do fado. “Não é um concerto nem da Mariza, nem do Jorge Fernando nem do Pedro Jóia”, diz Ricardo Tadeu. É uma outra experiência: “Juntam-se os três e fazem algo novo e espectacular.”

Quanto ao espaço do Parque de Palmela, que tão acolhedoras noites deu ao jazz, Ricardo Tadeu vê-o também como um trunfo para o fado. “O facto de o auditório não ser muito grande faz com que se consiga um ambiente que anda próximo do do fado, que é sentir a música mais de perto, estar ali próximo dos artistas. Não copia uma casa de fado, mas também não é um daqueles festivais para multidões, onde se está longe do palco.”