Tancos: PSD quer ouvir na AR com urgência CEMGFA, SIRP e Segurança Interna

O PSD não descarta a possibilidade de voltar a chamar à comissão de Defesa Nacional o ministro da tutela, Azeredo Lopes, e o Chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte.

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LUSA/PAULO NOVAIS

O PSD apresenta terça-feira na comissão parlamentar de Defesa Nacional um requerimento para ouvir com "urgência" sobre o caso de Tancos o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e os responsáveis do SIRP e Segurança Interna.

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O PSD apresenta terça-feira na comissão parlamentar de Defesa Nacional um requerimento para ouvir com "urgência" sobre o caso de Tancos o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e os responsáveis do SIRP e Segurança Interna.

Em declarações à Lusa, o deputado social-democrata José de Matos Correia adiantou que o PSD quer chamar à comissão parlamentar de Defesa Nacional antes das férias parlamentares o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, o general Pina Monteiro, o secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), José Júlio Pereira Gomes, e a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda.

"Creio eu, o PSD ao fazer isso está a dar corpo à perplexidade que atingiu o país desde a semana passada, mais concretamente desde aquela reunião em que estiveram presentes o senhor primeiro-ministro e os senhores militares, porque, aparentemente, tudo aquilo que era grave deixou de ser grave, as contradições são imensas. Do ponto de vista político e do ponto de vista militar, umas vezes dizem-se umas coisas, outras dizem-se outras. O PSD acha que é tempo de pararmos para pedirmos responsabilidades e explicações", disse Matos Correia.

O PSD não descarta a possibilidade de voltar a chamar à comissão de Defesa Nacional o ministro da tutela, Azeredo Lopes, e o Chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, "em função do que for dito na reunião" de terça-feira na comissão parlamentar, "porquanto tudo isto tem que ser apurado e todos os esclarecimentos têm que ser dados".

"De uma vez por todas, o país tem direito a saber o que se passou", disse Matos Correia, que desvaloriza, no âmbito do caso do furto de material de guerra em Tancos, os "dois factos menores" conhecido esta segunda-feira: a reintegração dos cinco comandantes que tinham sido afastados dos cargos por Rovisco Duarte para não perturbar as averiguações internas sobre o furto e a decisão de transferir o material que ainda se encontra nos Paióis Nacionais de Tancos para outros paióis.

"É preciso ir ao fundo das questões. Como disse o senhor Presidente da República, apurar tudo até às últimas consequências. Esperamos que os outros grupos parlamentares estejam disponíveis para aceitar a proposta que o PSD apresentar amanhã [terça-feira]. Se não o fizerem há instrumentos regimentais que o PSD não deixará de utilizar para que as pessoas em causa possam vir à comissão", disse o deputado social-democrata.

O furto de material de guerra nos Paióis Nacionais de Tancos, Vila Nova da Barquinha, Santarém, foi divulgado pelo Exército no dia 29 de Junho. Granadas de mão, granadas foguete anticarro, de gás lacrimogéneo e explosivos estavam entre o material de guerra furtado. No passado dia 11, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Pina Monteiro, revelou que os lança-foguetes furtados "provavelmente" não teriam condições de serem usados com eficácia já que estavam indicados para abate.