Costa promete casas acessíveis para quem quer arrendar

Em Gaia, secretário-geral do PS defendeu a descentralização e competências para as autarquias como forma do Governo assumir novas políticas em áreas que são decisivas.

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António Costa esteve na apresentação da recandidatura de Eduardo Vitor Rodrigues à Câmara de Gaia NFACTOS / FERNANDO VELUDO

Em clima de pré-campanha para as eleições autárquicas, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, piscou neste sábado o olho à classe média, ao prometer o empenho do Governo na criação de uma política de habitação acessível para àqueles que pretendem arrendar casas nos centros das cidades. Esta é, segundo António Costa, uma prioridade do Governo para a segunda parte da legislatura.

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Em clima de pré-campanha para as eleições autárquicas, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, piscou neste sábado o olho à classe média, ao prometer o empenho do Governo na criação de uma política de habitação acessível para àqueles que pretendem arrendar casas nos centros das cidades. Esta é, segundo António Costa, uma prioridade do Governo para a segunda parte da legislatura.

Numa altura em que cidades como o Porto e Lisboa se debatem com o fenómeno do alojamento local (arrendamento de curta duração a turistas), o Governo tenta encontrar respostas. “Temos de ter uma política de habitação acessível para a classe média e para as novas gerações, para que possam arrendar casa nos centros das cidades”, disse o secretário-geral do PS, em Vila Nova de Gaia, na apresentação da recandidatura de Eduardo Vitor Rodrigues.

Declarando que o Governo não defende "a descentralização para desresponsabilizar a administração central e para desresponsabilizar o Governo", o líder do PS explicou que o objectivo é permitir que "o Governo [ao descentralizar] possa também assumir novas políticas em áreas que são decisivas para o desenvolvimento das cidades", e é por isso que definiu a habitação como "uma nova grande prioridade política, que tem de marcar a segunda metade desta legislatura".

“Uma política de habitação requer mobilização do Governo e mobilização das autarquias locais”, advertiu António Costa, frisando que o país precisa de ter "uma política de habitação acessível", que "não condene" a classe média e os jovens "a ficarem amarrados ao crédito e condenados a serem expulsos dos centros das cidades, porque o preço da habitação no centro da cidade é inacessível”.

"Esta é uma política fundamental que, a par da saúde e da educação, têm de ser grandes pilares da segunda metade desta legislatura", sublinhou Costa, que disse olhar para o próximo mandato autárquico "com muita expectativa", designadamente porque serão quatro anos em que "as políticas de transporte urbano e de habitação" vão ter "um peso determinante".

"Rigor nas contas" em Gaia

Coube ao líder da distrital do PS-Porto, Manuel Pizarro, elogiar a gestão de Eduardo Vitor Rodrigues, que, disse, com o PS na presidência da câmara, passou a haver “rigor nas contas públicas e ao mesmo tempo investimento” em Gaia.

“Vamos para estas eleições cheios de confiança, convictos da enorme vitória eleitoral (…) e Eduardo Vitor Rodrigues, tenho a certeza, vai dar um grande contributo para que a Área Metropolitana do Porto seja ganha pelo PS”, vaticinou Pizarro, que não ousou pedir uma maioria absoluta do PS em Gaia. Ficou-se pela convicção de uma “enorme vitória”.

Já Eduardo Vitor passou em revista os quatros anos de mandato, mas, antes disso, deixou um rasgado elogio a António Costa, elegendo-o como “o melhor primeiro-ministro da história de Portugal”. Falou da “divida brutal que estrangulava o município“, para depois se insurgir contra o “populismo daqueles que deixam as cidades de pernas para o ar”, numa alusão à gestão do social-democrata Luís Filipe Menezes.

 “Agora que as contas estão no verde; agora que a câmara está com bom nome e uma gestão moderna importa assegurar novos desafios”, disse Eduardo Vitor sem, contudo, partilhar que desafios tem em carteira para o próximo mandato.

Costa reservou este sábado para iniciativas autárquicas, tendo estado ainda em Caminha, Famalicão e Fafe. Destes, Fafe é o concelho mais difícil. O partido está fracturado e terá muita dificuldade em ganhar a câmara. Uma grande franja do PS, onde se inclui o líder concelhio, José Ribeiro, apoia a candidatura do socialista, Antero Barbosa, que concorre contra o candidato oficial, Raul Cunha, actual presidente da câmara. De resto, o líder concelhio vai encabeçar a lista à assembleia municipal pelo movimento Fafe Sempre.

Este domingo é também passado a Norte. Costa começa a sua jornada em Vila do Conde, para dar um empurrão ao candidato do PS, António Caetano. Segue para o Marco de Canaveses e depois para o Porto, onde assistirá ao lançamento da candidatura de Manuel Pizarro à presidência da Câmara do Porto.