O país de Erdogan em números

A purga lançada depois da tentativa de golpe de 15 de Julho de 2016 continua a fazer baixas.

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A Marcha da Justiça (adalet) juntou centenas de milhares Sedar Suna/EPA

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7000

polícias, funcionários públicos e académicos foram despedidos ontem, na véspera do primeiro aniversário do golpe de Estado falhado; ao todo, a Turquia já demitiu ou suspendeu mais de 150 mil pessoas (um terço serão militares ou polícias) e deteve umas 50 mil

160

jornalistas foram detidos no último ano, estima o jornalista Yavuz Baydar, enquanto outros falam em 150; até 1 de Dezembro de 2016 o Comité para a Protecção dos Jornalistas tinha contabilizado já 81 atrás das grades

19

de Julho é a data em que os dez membros de importantes organizações não-governamentais detidos a semana passada e investigados por “pertença a organização terrorista armada” deverão saber se são formalmente acusados ou postos em liberdade; entre os detidos estão o director (Idil Eser) e a presidente da Amnistia Internacional (Özlem Dalkiran) no país — nunca a organização teve director e presidente detidos no mesmo país ao mesmo tempo; no último ano, foram encerradas dezenas de ONG turcas e detidos muitos dos seus funcionários

420

quilómetros foi a distância percorrida por Kemal Kiliçdaroglu, chefe da oposição, na Marcha da Justiça, entre a capital, Ancara, e Istambul; com ele marcharam muitos milhares de turcos indignados com detenções arbitrárias de opositores e críticos

1,6

milhões de pessoas terão participado no comício de encerramento da marcha, na praça Maltepe, dizem os organizadores; a autarquia de Istambul afirma que no lugar onde a concentração aconteceu não cabem mais de 175 mil pessoas

51%

de eleitores votaram “sim” no referendo constitucional de Abril, uma reforma promovida por Erdogan para transformar o país num regime presidencial e concentrar em si poderes que antes eram do Parlamento ou da Justiça; acaba também a função de primeiro-ministro

26,600

pessoas entraram com processos contra o Governo turco no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por considerarem que foram injustamente afastados dos seus empregos ou perseguidos pelas autoridades; Ancara diz que o tribunal já rejeitou ouvir 12,600 destes casos