“É o orgulho de todos nós que estas meninas tenham alcançado este marco histórico”

Mónica Jorge foi seleccionadora de futebol feminino entre 2007 e 2012, quando assumiu o cargo de directora da FPF para o futebol feminino. Ao PÚBLICO falou sobre o momento que a selecção atravessa.

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Mónica Jorge foi seleccionadora de futebol feminino entre 2007 e 2012 xx direitos reservados

Já foi seleccionadora, mas vai viver esta estreia por fora. Como vai ser?
Sinto muito orgulho. Vou lá estar como directora. Sinto sempre orgulho, mesmo não estando como treinadora. A FPF é um todo neste trabalho e elas sentem isso. Este feito é um bocadinho de todos. É o orgulho de todos nós que estas meninas tenham alcançado este marco histórico e pela primeira vez vão estar num Europeu. Espero é que as pessoas possam compreender que é uma primeira participação, que somos a equipa com a posição mais baixa no ranking. Mas chegámos lá com mérito.

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Já foi seleccionadora, mas vai viver esta estreia por fora. Como vai ser?
Sinto muito orgulho. Vou lá estar como directora. Sinto sempre orgulho, mesmo não estando como treinadora. A FPF é um todo neste trabalho e elas sentem isso. Este feito é um bocadinho de todos. É o orgulho de todos nós que estas meninas tenham alcançado este marco histórico e pela primeira vez vão estar num Europeu. Espero é que as pessoas possam compreender que é uma primeira participação, que somos a equipa com a posição mais baixa no ranking. Mas chegámos lá com mérito.

Acha que é necessário moderar as expectativas?
É importante explicar às pessoas que é o primeiro Europeu de sempre de uma selecção feminina, o que já aconteceu nos masculinos há muitos anos. Essa falta de informação pode gerar confusão. Temos de perceber que não é normal lá estarmos, e que as outras selecções já são muito mais experientes. O importante é, independentemente do que acontecer, sentirmos as pessoas perto de nós, o apoio.

Este apuramento tornou-se possível graças ao desenvolvimento do futebol feminino. O que tem mudado?
Nos últimos anos apurámo-nos três vezes para o Campeonato da Europa, em sub-19 (2012), sub-17 (2013) e agora com a selecção A. É um processo evolutivo que culminou agora com a equipa principal. Temos aqui jogadoras que estiveram no apuramento das sub-19, também pela primeira vez, que chegaram à meia-final contra a Espanha. É um processo evolutivo, continuado e sustentado. Depois desta presença na fase final, nada será igual. As pessoas vão começar a olhar para nós de uma forma mais bonita e carinhosa.

O que será um bom resultado para Portugal neste Europeu?
Bom resultado é a superação. Entramos para os jogos sempre para tentar ganhar, sabendo da dificuldade de cada jogo. Uma coisa é certa: elas vão tentar dignificar a camisola.