Escolhido pelo Governo, Porto promete "candidatura forte” a sede da EMA

Rui Moreira promete empenho da Câmara do Porto na disputa pela Agência Europeia do Medicamento, mas arrefece entusiasmos: “Nada está ganho”.

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Rui Moreira promete empenhar-se na candiadtura do Porto a sede da Agência Europeia do Medicamento LUSA/JOSÉ COELHO

Foi com satisfação que o Porto reagiu nesta quinta-feira à decisão do Governo de candidatar a cidade para acolher a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA), que deixa Londres na sequência do “Brexit”. O presidente da câmara, Rui Moreira, disse mesmo que o Governo “tomou a decisão certa”, sublinhando mesmo que “valeu a pena levantar a voz”, numa referência ao recuo do executivo e à reabertura do processo de candidatura, após pressão política do Norte.

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Foi com satisfação que o Porto reagiu nesta quinta-feira à decisão do Governo de candidatar a cidade para acolher a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA), que deixa Londres na sequência do “Brexit”. O presidente da câmara, Rui Moreira, disse mesmo que o Governo “tomou a decisão certa”, sublinhando mesmo que “valeu a pena levantar a voz”, numa referência ao recuo do executivo e à reabertura do processo de candidatura, após pressão política do Norte.

“Queria dar nota da minha satisfação por ter valido a pena levantar a voz. Queria saudar o Governo, o senhor primeiro-ministro e o ministro da Saúde que souberam em tempo olhar para o argumentário que o Porto tinha para apresentar e que apresentou”, disse Rui Moreira, salvaguardando, porém, que “nada está ganho”.

Acompanhado pelo ex-secretário e Estado de Estado da Saúde Eurico Castro Alves, que integra a comissão de candidatura nacional à EMA, o autarca revelou que está “tudo preparado para apresentar uma candidatura forte” e prometeu empenhar-se na fase que se segue à da apresentação das candidaturas, que termina este mês. “Tudo faremos para que seja uma proposta ganhadora”, declarou, convicto de que a cidade tem condições para “apresentar uma candidatura musculada porque tem trabalho feito”.

Consciente de que “há outras cidades muito fortes e outras grandes candidaturas”, Rui Moreira puxou pelo orgulho da cidade para dizer: “Agora temos de preparar uma grande candidatura, para que isto não seja apenas uma questão nacional, para que se transforme numa opção vencedora a nível internacional.”

Manuel Pizarro, líder do PS-Porto e candidato à câmara, foi o primeiro a reagir, sustentando que a opção tomada decorre dos “argumentos certos” que o Porto soube apresentar. “Entendo que fomos capazes de esgrimir os argumentos certos, isto é: o Porto tem não apenas todas as condições para acolher a futura sede da Agência Europeia do Medicamento como está inserido numa região cujo rendimento per capita é inferior ao rendimento médio da União Europeia”, o que significa que “está em melhores condições para ser uma candidatura vencedora”, afirmou.

Pizarro rejeitou a ideia de que esta tenha sido uma vitória sua, referindo que “esta é uma grande vitória do Porto”. Mas Amorim Pereira, eleito vereador pelo PSD e que depois se aproximou da maioria de Moreira, já reservou a Pizarro um lugar na história. “Não tenho dúvida que o dr. Manuel Pizarro já fica na história deste processo por ter apresentado a proposta que conduzirá à mudança de atitude do Governo”, declarou Amorim Pereira na reunião de 22 de Junho do executivo, a propósito da proposta do PS para a constituição de um grupo de trabalho que apresentasse ao Governo uma candidatura do Porto a sede da EMA.

Porto sempre podia...

Com a legitimidade de ter sido a primeira pessoa a defender a candidatura do Porto a sede da EMA, Álvaro Almeida, que lidera a lista do PSD à Câmara do Porto pelo PSD, aplaude a decisão agora tomada, mas não poupa o Governo de nunca ter ponderado candidatar outra cidade que não Lisboa. “Parece-me incompreensível que o senhor primeiro-ministro tenha dito que o Porto não tinha condições para se candidatar a sede da Agência Europeia do Medicamento. Foi uma decisão errada e muito mal fundamentada”, afirmou Álvaro Almeida ao PÚBLICO.

Não obstante o “tempo perdido”, Álvaro Almeida considera que “é possível fazer-se um esforço para se apresentar uma candidatura que, apesar se ser feita num curto espaço de tempo, seja bem sucedida”.