Protesto de enfermeiros chega à Alfredo da Costa e ao Centro Materno Infantil do Norte
Especialistas em saúde materna e obstetrícia que reivindicam um vencimento ajustado às funções.
Sobem para 15 as unidades afectadas pelo protesto dos especialistas em saúde materna e obstetrícia que reivindicam um vencimento ajustado às funções. Nesta quinta-feira, o protesto chega à Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, o Centro Materno Infantil do Norte, no Porto, e o Centro Hospitalar da Cova da Beira, na Covilhã.
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Sobem para 15 as unidades afectadas pelo protesto dos especialistas em saúde materna e obstetrícia que reivindicam um vencimento ajustado às funções. Nesta quinta-feira, o protesto chega à Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, o Centro Materno Infantil do Norte, no Porto, e o Centro Hospitalar da Cova da Beira, na Covilhã.
Não vai ficar por aqui, avisa Bruno Reis, líder do Movimento de Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia. Segunda-feira, a greve estender-se-á ao hospital de Santa Maria da Feira. Na semana seguinte, às unidades hospitalares de Cascais, de Almada (Garcia da Horta), e da Madeira. Caso o Governo não ceda, o plano é ir acrescentado unidades de saúde atrás de unidade de saúde até alcançar o número total, isto é, 28.
A Maternidade Alfredo da Costa, o Centro Materno Infantil do Norte e o Centro Hospitalar de São João, no Porto, são as maiores unidades do país. A partir de quinta-feira, cada uma das duas primeiras deixa de contar com cerca de 40 enfermeiros na preparação dos partos, nos partos e nos cuidados pós-parto. No Centro Hospitalar da Cova da Beira são 20.
No primeiro semestre de 2016, o Centro Hospitalar de Lisboa Central, no qual está integrada a Maternidade Alfredo da Costa, viu nascer 1694 crianças. Já no Centro Hospitalar do Porto, que inclui o Centro Materno Infantil do Norte, foram registados 1558 partos. Isto num universo de cerca de 33 mil nascimentos no país inteiro.
Fonte oficial da Maternidade Alfredo da Costa desvalorizou os efeitos do protesto e disse não poder adiantar nada acerca da implementação de eventuais medidas que diminuam as suas consequências. O PÚBLICO contactou ainda o gabinete de comunicação do Centro Materno Infantil do Norte, que disse não poder avançar com qualquer informação antes da manhã desta quinta-feira.
“O ministro [da Saúde de Portugal, Adalberto Campos Fernandes] diz que não há graves implicações, mas há”, salienta Bruno Reis. Segundo afirma, há partos programados que estão a ser adiados e partos que se estão a fazer com três profissionais na sala em vez de nove (cinco enfermeiros e três médicos), mulheres e crianças que têm sido transferidas. E tudo isso, sublinha, acarreta riscos.
Até agora, houve duas reuniões com o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado. As propostas apresentadas não satisfizeram o movimento dos enfermeiros Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia. “Eram muito vagas”, justifica Bruno Reis. "Não tinham qualquer referência a valores e a datas."
Quinta-feira, entram cerca de cem profissionais neste protesto, que começou a 3 de Julho. Ao todo, há cerca de 600 profissionais do Serviço Nacional de Saúde que fazem o trabalho de enfermeiros de cuidados gerais, para o qual foram contratados, e se recusam a fazer o trabalho de enfermeiros especialistas.