Pais de Charlie Gard com 48 horas para mostrarem “provas” que impeçam hospital de desligar as máquinas
"Não há uma pessoa viva que não queira salvar Charlie. Se houver novas provas, eu irei ouvi-las", garantiu o juiz responsável pelo caso de Charlie Gard.
Os pais de Charlie Gard, a criança de 11 meses que se encontra ligada a um suporte de vida porque padece de uma doença que afecta a capacidade das células para gerarem energia, voltaram nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal de Londres. O juiz Nicholas Francis adiou a audiência para quinta-feira. “Eu tenho que decidir este caso, não com base em tweets, não com base no que a imprensa cita, nem com base no que a imprensa diz”, afirmou o juiz citado pelo Guardian.
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Os pais de Charlie Gard, a criança de 11 meses que se encontra ligada a um suporte de vida porque padece de uma doença que afecta a capacidade das células para gerarem energia, voltaram nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal de Londres. O juiz Nicholas Francis adiou a audiência para quinta-feira. “Eu tenho que decidir este caso, não com base em tweets, não com base no que a imprensa cita, nem com base no que a imprensa diz”, afirmou o juiz citado pelo Guardian.
Chris Gard e Connie Yates, os pais, têm agora até quarta-feira para apresentarem as “novas provas” que poderão alterar a decisão judicial de desligar as máquinas. “Não há uma pessoa viva que não queira salvar Charlie. Se houver novas provas, eu irei ouvi-las”, garantiu o juiz Francis.
Grant Armstrong, advogado da família, afirmou em tribunal que um médico americano sugeriu, “numa estimativa pouco ambiciosa”, que o tratamento experimental tem 10% de hipóteses de resultar no bebé de 11 meses.
Um protesto ruidoso de apoio aos pais de Charlie Gard decorreu à porta do tribunal. Dentro da sala de audiências, quando a advogada do hospital britânico - onde Charlie está internado - estava a falar, o pai da criança, mostrou-se indignado. “Quando é que vão parar de mentir?”, gritou.
No meio da multidão de apoiantes dos pais de Charlie estava um reverendo americano, Jim Mahoney, que voou dos Estados Unidos para Inglaterra a pedido dos pais da criança. Antes do julgamento, segundo o jornal britânico, Mahoney anunciou que o congresso americano iria votar na terça-feira a possibilidade de Charlie se tornar cidadão americano para realizar um tratamento experimental nos Estados Unidos.
Charlie Gard nasceu prematuramente no dia 4 de agosto de 2016. À sexta semana de vida, os pais levaram a criança novamente ao hospital depois de se terem apercebido que o filho começara a perder peso e força muscular. Foi-lhe diagnosticado síndrome de depleção do ADN mitocondrial, uma condição rara, genética e incurável.
Hospital britânico abre porta a tratamento experimental
Sete médicos especialistas escreveram uma carta ao hospital em que dão conta de dados científicos ainda não testados nem publicados que sugerem uma possibilidade de cura para os danos cerebrais do bebé. "Dois hospitais internacionais e os respectivos investigadores comunicaram ao hospital, nas últimas 24 horas, que têm novidades sobre o tratamento experimental proposto”, declarou o porta-voz.
"Nós acreditamos, tal como os pais de Charlie, que é correcto explorarmos essa possibilidade de tratamento. O hospital Great Ormond Street Hospital (GOSH) está a dar a possibilidade ao Alto Tribunal de Justiça de avaliar objectivamente as reivindicações das novas provas provenientes de estudos recentes”, diz o porta-voz do hospital.
Depois de o tribunal britânico ter negado a Chris Gard e a Connie Yeates o pedido para levarem aos EUA o filho, Charlie Gard, para um tratamento experimental, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos repetiu a sentença no passado mês de Junho e rejeitou o recurso dos pais do bebé. Depois de uma dura batalha legal que obrigou os pais do bebé de 11 meses a baixar os braços, também um hospital norte-americano se ofereceu para enviar um medicamento experimental para Inglaterra, na esperança de ajudar no tratamento da criança.