Estados Unidos confiantes numa solução para a crise no Qatar
Secretário de Estado, Rex Tillerson, elogiou postura "bastante razoável" do Governo de Doha.
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, que foi até Doha para tentar desfazer o impasse da crise diplomática no Golfo Pérsico aberta pelo bloqueio imposto ao Qatar pela Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egipto, considerou a resposta do pequeno Estado às exigências dos seus vizinhos “muito clara” e “bastante razoável”. “Estou esperançoso. Acredito que faremos progressos no sentido de reconciliar as diferenças e começar a resolver esta crise”, declarou.
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O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, que foi até Doha para tentar desfazer o impasse da crise diplomática no Golfo Pérsico aberta pelo bloqueio imposto ao Qatar pela Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egipto, considerou a resposta do pequeno Estado às exigências dos seus vizinhos “muito clara” e “bastante razoável”. “Estou esperançoso. Acredito que faremos progressos no sentido de reconciliar as diferenças e começar a resolver esta crise”, declarou.
Depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter originalmente apoiado a acção dos quatro países árabes – que cortaram relações diplomáticas com o Qatar no último dia 5 de Junho e iniciaram um bloqueio aéreo, marítimo e terrestre ao seu território, com o argumento de que Doha apoia o terrorismo – Washington tem procurado deitar alguma água na fervura para evitar a escalada de uma disputa em que ambos os lados em confronto são seus aliados.
Os EUA têm no Qatar uma das suas bases militares mais importantes – com mais de 11 mil soldados, é ali que fica a sede do comando militar do Médio Oriente (CENTCOM), de onde partem as missões aéreas da coligação internacional que combate o Daesh na Síria e no Iraque. Na sua breve passagem por Doha, Rex Tillerson e o seu congénere dos Negócios Estrangeiros qatari, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, assinaram um memorando de entendimento sobre passos a tomar para travar o financiamento de grupos jihadistas.
Segundo esclareceu o governante qatari, a assinatura do documento, que prevê um aprofundamento da cooperação entre os dois países no combate ao terrorismo, “não tem qualquer relação com a crise recente e o embargo imposto ao Qatar” pelos países vizinhos. Mas, tal como Tillerson, admitiu que o gesto pode servir de encorajamento ao diálogo e negociação de uma solução que permita “acabar com o cerco” ao seu país.
“O Qatar foi o primeiro país a subscrever o memorando com os EUA, e apelo aos países que impuseram o bloqueio que se juntem como signatários, assumindo o mesmo compromisso. Juntos, os EUA e o Qatar vão colaborar e partilhar informação que permita identificar as fontes de financiamento do terrorismo e desactivá-las tornando a região mais segura. Esse é o nosso objectivo: erradicar o terrorismo da face da Terra”, afirmou Tillerson.
Antes de Doha, o chefe da diplomacia norte-americana parou no Kuwait, que aceitou agir como mediador das conversações entre os diferentes actores do Golfo. Tillerson seguiu entretanto para Jidá, na Arábia Saudita, onde esta quarta-feira encontrará os responsáveis pelos Negócios Estrangeiros dos quatro Estados envolvidos no boicote ao Qatar.
Doha admitiu que algumas das preocupações dos países vizinhos são “válidas”, mas classificou a lista de 13 exigências que apresentaram para pôr fim ao bloqueio, entre as quais o fecho de uma base militar turca e o rompimento da aliança com o Irão, o encerramento da cadeia televisiva pan-árabe Al-Jazira ou o pagamento de indemnizações por prejuízos atribuídos à política externa do país, como um atentado à sua soberania e independência.