Museu Judaico não sai do Largo de São Miguel, mas o projecto pode ser alterado
Principal reivindicação da associação de moradores e da junta de freguesia não foi atendida.
Está fora de questão mudar a localização do futuro Museu Judaico de Lisboa, mas quem quiser pode propor alterações ao projecto de arquitectura já conhecido. Foi isto que saiu da primeira reunião da comissão de acompanhamento do museu, que determinou que as propostas podem ser apresentadas até 15 de Agosto.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Está fora de questão mudar a localização do futuro Museu Judaico de Lisboa, mas quem quiser pode propor alterações ao projecto de arquitectura já conhecido. Foi isto que saiu da primeira reunião da comissão de acompanhamento do museu, que determinou que as propostas podem ser apresentadas até 15 de Agosto.
A criação desta comissão foi debatida a 6 de Abril numa reunião entre moradores e comerciantes de Alfama com a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, a câmara municipal e representantes da Comunidade Israelita de Lisboa. Um conjunto de residentes do bairro e de activistas da defesa do património contesta a construção do museu no Largo de São Miguel, bem como a arquitectura contemporânea proposta.
Por isso, para eles, esta primeira reunião – ocorrida na quarta-feira, quase três meses depois de aprovada a comissão – soube a pouco. “O nosso problema não é só com o projecto, é com a localização”, diz Maria de Lurdes Pinheiro, dirigente da Associação do Património e População de Alfama (APPA), que considera que o sítio ideal para este equipamento seria a Rua Jardim do Tabaco.
A junta de freguesia diz algo semelhante. “Seria preferível que a localização deste museu fosse noutro local do bairro”, refere a autarquia num comunicado publicado no Facebook. Contactado pelo PÚBLICO, o presidente, Miguel Coelho, declinou fazer mais comentários. “Não sendo possível esta deslocalização devem os seus promotores aceitar debater propostas que visem adequar o projecto às expectativas dos residentes, designadamente quanto à sua volumetria”, continua o comunicado.
O edifício projectado pela arquitecta Graça Bachmann vai ocupar a esquina entre o Largo de São Miguel e a rua com o mesmo nome, a poucos metros da igreja. Estão previstas duas fachadas diferentes: uma mais tradicional, com janelas nos quatro andares; outra quase totalmente em pedra lioz e onde estará uma Estrela de David em baixo relevo.
“Nós continuamos a defender que aquele local devia ser para construir habitação”, diz Maria de Lurdes Pinheiro, que já marcou uma reunião com os moradores do bairro para 22 de Julho. “Vamos informar as pessoas sobre o que se passou na reunião e logo vemos como avançamos.”
O PÚBLICO procurou saber junto da câmara municipal como é que se podem apresentar propostas de alteração ao projecto, quem é que as pode fazer e como é que elas serão ponderadas. Não foi possível obter resposta.