Igreja da Lapa, no Porto, assinala aniversário do maior órgão de tubos do país
O concerto, marcado para as 21h30, na igreja da Lapa, vai juntar o organista titular da Catedral de Toronto, David Briggs, e a soprano portuguesa Sara Braga Simões
A Irmandade da Lapa, no Porto, assinala na sexta-feira o 22.º aniversário de um dos maiores órgãos de tubos do país, ao som da quarta sinfonia de Gustav Mahler, interpretada por David Briggs e Sara Braga Simões.
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A Irmandade da Lapa, no Porto, assinala na sexta-feira o 22.º aniversário de um dos maiores órgãos de tubos do país, ao som da quarta sinfonia de Gustav Mahler, interpretada por David Briggs e Sara Braga Simões.
Em declarações à agência Lusa, o mestre-capela da igreja da Lapa, Fábio Veríssimo, explicou que o concerto de aniversário de um instrumento que, disse, "trouxe muito à cidade e ao país", integra um programa mais vasto que vai até dia 15 deste mês, com vários organistas em destaque.
Na sexta-feira, o concerto, marcado para as 21h30, na igreja da Lapa, vai juntar o organista titular da Catedral de Toronto, David Briggs, e a soprano portuguesa Sara Braga Simões, que vão interpretar a 4.ª Sinfonia de Gustav Mahler, compositor austríaco de origem checa, que tem uma curiosidade face à Lapa: nasceu a 07 de Julho, no dia de aniversário do órgão de tubos.
"Decidimos dividir as obras de Gustav Mahler por três anos e este é o segundo que apresentamos. Somar-se-ão outros concertos tentando quase um programa balizado entre o dia de aniversário do órgão e 17 de Julho, dia do lançamento da primeira pedra para a construção da igreja da Lapa", descreveu Fábio Veríssimo.
Em causa, um monumental órgão de tubos com cerca de 32 toneladas, 15 metros de altura, 10,5 metros de largura e cinco metros de profundidade, dispondo de 64 registos, 256 combinações, quatro teclados, 4.500 tubos e um carrilhão de 42 sinos.
O maior tubo do órgão é de madeira e mede 10,12 metros de altura. O tubo mais pequeno é de metal e mede nove milímetros.
Filipe Veríssimo, que é director de música da igreja da Lapa desde 2002, referiu que "cada instrumento de tubos tem características únicas" e ressalvou que "os órgãos são todos diferentes", mas sublinhou a "importância" deste, em particular.
"O órgão da Lapa foi o primeiro em Portugal deste género. É um monumental órgão para repertório de música sinfónica. Até 1995 não tínhamos em Portugal um instrumento capaz para apresentar repertório sinfónico. Os grandes organistas mundiais não eram frequentadores do nosso país e eles próprios agora é que começaram a fazer a divulgação internacional deste órgão. Este órgão está nas bocas da elite organista mundial", referiu Filipe Veríssimo.
O órgão de tubos da Lapa foi construído pelo organeiro alemão Georg Jann que o considerou a sua obra-prima e custou na altura 200 mil contos, um milhão de euros na moeda actual, sendo metade dessa verba angariada por donativos da comunidade.
Informação remetida à Lusa pela Irmandade da Lapa conta que foi uma "revolução, há 20 anos, trazer este órgão para a cidade do Porto", tendo o financiamento sido conseguido com apoio de mecenas portuenses. A festa da sua inauguração teve oferta de vinho do Porto servido directamente dos tubos.
Questionado sobre a visibilidade deste instrumento e sobre a afluência de visitantes à igreja e aos concertos, Filipe Veríssimo destacou que o órgão toca todos os domingos em liturgias às quais assistem pessoas de todo o país, estimando que, só no que diz respeito a esses momentos, sejam 15 mil ou 20 mil as pessoas que todas as semanas ouvem este instrumento.
A igreja da Lapa promove mais de duas dezenas de concertos ao longo do ano, estando a promover igualmente visitas guiadas ao seu património.