Sindicatos da PT convocam greve geral para 21 de Julho
O “maior ataque já visto” aos direitos dos trabalhadores e respectivos postos de trabalho levou à primeira convocatória de greve na PT em dez anos.
A estratégia recente da PT de transferir trabalhadores para outras empresas foi a gota de água numa empresa a braços com um conflito laboral. Depois de na sexta-feira se ter ficado a saber que a empresa detida pela Altice decidiu transferir os contratos de mais de uma centena de trabalhadores para as empresas Visabeira, Tnord e Sudtel, os sindicatos e a comissão de trabalhadores da PT Portugal decidiram convocar uma greve para dia 21 de Julho, a primeira desde que a Altice comprou a empresa, em Junho de 2015. E a primeira paralisação em dez anos.
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A estratégia recente da PT de transferir trabalhadores para outras empresas foi a gota de água numa empresa a braços com um conflito laboral. Depois de na sexta-feira se ter ficado a saber que a empresa detida pela Altice decidiu transferir os contratos de mais de uma centena de trabalhadores para as empresas Visabeira, Tnord e Sudtel, os sindicatos e a comissão de trabalhadores da PT Portugal decidiram convocar uma greve para dia 21 de Julho, a primeira desde que a Altice comprou a empresa, em Junho de 2015. E a primeira paralisação em dez anos.
Em Junho último já tinha sido anunciada a transferência de 37 trabalhadores da área informática para uma das fornecedoras da PT, a Winprovit, uma situação formalizada desde dia 2 de Julho.
“Vai ser uma grande greve”, disse ao PÚBLICO o dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTAVV) Manuel Gonçalves. “As pessoas estão muito revoltadas, nunca se viu nada assim”, acrescentou o sindicalista, revelando que todos os sindicatos vão ser recebidos na próxima semana pelo grupo parlamentar do PCP e que vai ser pedida uma reunião com carácter de urgência aos deputados do PS.
Mais cauteloso, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom (STPT), Jorge Félix, disse acreditar ser possível "uma grande adesão", mas admitiu que a possibilidade de "adesão esmagadora" é uma "incógnita", tendo em conta "o clima de medo" que se vive na empresa.
"Os trabalhadores que já não têm nada a perder, como os que estão sem funções, os que estão ser pressionados a rescindir ou os que estão a ser transferidos" estão "fortemente decididos a aderir a uma acção destas, os outros, tenho dúvidas", acrescentou o sindicalista.
Segundo Jorge Félix, a última greve geral na PT aconteceu "em 2006 ou 2007, por causa da alteração do plano de saúde".
Segundo o comunicado divulgado esta quarta-feira e subscrito por oito sindicatos e pela comissão de trabalhadores da PT, além da greve, estão previstas outras formas de luta. Os sindicatos revelam que vão avançar com providências cautelares para tentar travar os processos de transmissão de estabelecimento e que pedirão "a intervenção" do Presidente da República e do primeiro-ministro, entre outros. A estes alto responsáveis políticos garantem que vão fazer uma “exposição muito detalhada do tipo de gestão que tem sido praticada na PT Portugal desde que a Altice cá chegou”.
Por outro lado, no “plano de luta até à greve geral” incluem concentrações de trabalhadores em diversos pontos do país, a começar já esta semana, na sexta-feira, com uma “concentração de activistas em frente à porta do Ministro do Trabalho, no seguimento das propostas apresentadas pelos sindicatos”.