Ministro da Defesa é ouvido no Parlamento na sexta-feira

Rovisco Duarte, chefe de Estado Maior do Exército, será ouvido na véspera. Furto de armamento em Tancos gerou unanimidade na aprovação das audições pedidas pelo PSD e CDS.

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Azeredo Lopes LUSA/ANTONIO JOSE

O ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, e o chefe de Estado Maior do Exército, Rovisco Duarte, vão ser ouvidos ainda esta semana, a propósito do furto de armamento em Tancos. Azeredo Lopes vai ser ouvido na sexta-feira, às 16h. Na véspera, às 18h, é ouvido Rovisco Duarte.

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O ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, e o chefe de Estado Maior do Exército, Rovisco Duarte, vão ser ouvidos ainda esta semana, a propósito do furto de armamento em Tancos. Azeredo Lopes vai ser ouvido na sexta-feira, às 16h. Na véspera, às 18h, é ouvido Rovisco Duarte.

Os requerimentos do PSD e do CDS para ouvir o ministro e o chefe de Estado Maior do Exército tinham sido aprovados na tarde desta terça-feira por unanimidade. Todos os partidos concordaram com a urgência das audições. O presidente da comissão de Defesa, Marco António Costa (PSD), informou, por outro lado, os deputados que não deu notícia do que aconteceu em Tancos porque ainda não foi informado oficialmente da situação pelo Ministério da Defesa. 

Quase a uma só voz - incluindo PS - os deputados consideraram como "muito grave" o furto de armamento em Tancos na semana passada e colocaram como urgente as audições do ministro e do chefe de Estado Maior do Exército. As duas audições só tinham sido pedidas pelo PSD, o CDS só solicitou a do ministro. Os deputados tinham concordado ainda com a proposta do PS de ouvir primeiro o chefe de Estado Maior do Exército e depois o ministro, mas nos dois casos durante esta semana. Relativamente à publicidade das audições, os deputados aceitam que a audição do ministro seja à porta fechada desde que isso permita mais esclarecimentos. António Filipe, do PCP, aceita que parte da reunião decorra sem jornalistas se o ministro assim o entender. 

"As dúvidas são cada vez maiores e os esclarecimentos são nenhuns. O que é que aconteceu? O que é que já foi feito para que estas situações não se repitam noutras instalações militares", questionou o social-democrata Bruno Vitorino. "A vigilância não estava a funcionar? É verdade ou não? Há quanto tempo tinha o ministro conhecimento da situação?", prosseguiu. João Rebelo, do CDS, manifestou o desejo de ter acesso a toda a informação e de estarem reunidas "todas as condições para que a comissão discutisse a matéria". 

Para António Filipe, o furto do material é "extremamente preocupante e um sinal de degradação das forças armadas". O bloquista João Vasconcelos também não desdramatizou. "É uma situação muito grave, gravíssimo mesmo. É preciso apurar as responsabilidades até ao fim doa a quem doer", afirmou o deputado, assinalando no entanto a "situação difícil" a que o Estado chegou nos últimos anos. 

O PS, pela voz de José Miguel Medeiros, lembrou que o partido logo se disponibilizou para viabilizar as audições. A situação "exige explicações, o apuramento de tudo. E que aquilo que se passou não se venha a repetir", afirmou.

No final da reunião da comissão parlamentar de Defesa, João Rebelo queixou-se de a comissão parlamentar de Defesa não ter recebido informação por via oficial sobre o furto. "Não recebemos a lista oficial do material roubado, que tipo de meios havia e que tipo de vigilância era feita. Não é pública essa informação", afirmou o deputado aos jornalistas, defendendo que a informação poderia ter sido enviada independentemente da investigação que está a decorrer. "Estes dados já deviam estar na mão do Parlamento", afirmou. 

Marco António Costa também criticou essa omissão de informação. "Toda a informação que tem chegado ao Parlamento decorre do que tem sido publicado na comunicação social, o que me parece que é bizarro", afirmou aos jornalistas.