Marcelo: “Tenho tratado de tudo com o substituto do primeiro-ministro”
Num momento em que a presidente do CDS-PP pede a António Costa que volte de férias e demita dois ministros, o Presidente optou por não comentar e repete apenas que quer ver “tudo” apurado sobre Tancos.
O Presidente da República desvalorizou esta segunda-feira a ausência do primeiro-ministro, que se encontra de férias fora do país, num momento em que a presidente do CDS-PP pede que António Costa “volte” e demita os ministros da Defesa e da Administração Interna na sequência do roubo de armas militares de Tancos e dos incêndios de Pedrógão Grande.
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O Presidente da República desvalorizou esta segunda-feira a ausência do primeiro-ministro, que se encontra de férias fora do país, num momento em que a presidente do CDS-PP pede que António Costa “volte” e demita os ministros da Defesa e da Administração Interna na sequência do roubo de armas militares de Tancos e dos incêndios de Pedrógão Grande.
“Eu tenho tratado tudo o que tenho a tratar com o substituto do primeiro-ministro, que é o ministro dos Negócios Estrangeiros, portanto há uma continuidade institucional. Quando o primeiro-ministro não se encontra em território português ou se encontra de férias é substituído, em particular, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.
Sem querer responder se preferia tratar dos assuntos em causa directamente com o primeiro-ministro, Marcelo respondeu comparando com a sua própria situação: “Mais complicado é quando o Presidente da República está de férias, porque aí há certas decisões que têm de ser tomadas e que não permitem substituição: assinar diplomas, promulgar leis”, exemplificou.
O chefe de Estado falava à margem das comemorações do 237.º aniversário da Casa Pia, no Castelo de S. Jorge, depois de já ter recebido em Belém, ao início da tarde, a líder centrista, antes da conferência de imprensa em que Assunção Cristas considerou que “o que se passou nas últimas semanas ultrapassou todas as marcas” e que, apesar disso, “o Estado falhou e tarda em assumir que falhou, com um primeiro-ministro ausente, mudo”.
Mas sobre a posição assumida pelo CDS-PP, Marcelo não comenta: “A presidente do CDS-PP teve a gentileza institucional de me comunicar previamente a posição do partido, mas eu não comento posições partidárias”. A única matéria que aceitou comentar directamente foi o roubo de Tancos, mas apenas para repetir o que já dissera no domingo: “Na matéria de Tancos, deve ser apurado tudo, factos e responsabilidades, integralmente até ao fim. Mantenho isso até para prevenir novos casos idênticos a este ou mais graves que estes”.
Depois de receber Assunção Cristas em Belém, o Presidente da República recebeu o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, estrutura que tem a seu cargo 1,1 milhões de euros angariados no concerto “Juntos por Todos” para as vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande.
Já no Castelo de S. Jorge, Marcelo encontrou-se com o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, com quem esteve a conversar durante largos minutos.
Na terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa vai a Castanheira de Pera, um dos concelhos abrangidos pelos grandes incêndios de 17 de Junho, onde as comemorações do dia do concelho foram, este ano, substituídas por uma missa de homenagem às vítimas.