“Os factos são eles próprios uma enorme acusação”
"Não me lembro em toda a minha vida militar nacional ou internacional de ter havido uma situação desta gravidade”, diz general Garcia Leandro.
“Os factos, independentemente daquilo que se investigar, são eles próprios uma enorme acusação”, diz sobre o assalto a Tancos o general Garcia Leandro, oficial general do Exército, com uma longa carreira nacional e internacional.
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“Os factos, independentemente daquilo que se investigar, são eles próprios uma enorme acusação”, diz sobre o assalto a Tancos o general Garcia Leandro, oficial general do Exército, com uma longa carreira nacional e internacional.
“Não me lembro em toda a minha vida militar nacional ou internacional de ter havido uma situação desta gravidade em paióis nacionais”, reforça. Numa breve entrevista por telefone, explica que os paióis nacionais, pela sua dimensão e material diverso, “obrigam a uma segurança permanente, estrutural, que não pode ser sujeita a explicações conjunturais nem burocráticas”.
Tancos “é uma zona militar com uma grande sensibilidade”, diz o também professor do ensino superior militar e professor e investigador no campo da estratégia e da segurança internacional.
“A segurança não pode falhar”, acrescenta. “Não é aceitável que haja um sistema de videovigilância que há dois anos não esteja a funcionar. Não há argumentos financeiros que possam aceitar uma coisa destas. Não é perdoável. O sistema burocrático ou os cortes financeiros não podem sobrepor-se à segurança nacional.”
E explica: “Num Orçamento do Estado, há questões de primeira responsabilidade, de risco e muito importantes para a nação como um todo. Essas questões, que põem em causa a segurança dos cidadãos e do Estado, não podem estar sujeitas a questões conjunturais, de burocracia, do despacho, dos cortes financeiros”, acrescenta, concluindo que há, por isso, os “responsáveis militares, executores e chefias”, mas também “a responsabilidade política”.