Al-Qaeda no Mali divulga vídeo com reféns para pressionar Macron
Presidente francês visita o país africano pela segunda vez desde que chegou à presidência e pede cooperação no combate ao terrorismo.
O grupo ligado à al-Qaeda no Mali divulgou na noite passada um vídeo em que mostra vários reféns ocidentais que tem em sua posse. A publicação das imagens coincide com a visita do Presidente francês, Emmanuel Macron, ao país africano, onde pediu cooperação para o combate contra o terrorismo.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O grupo ligado à al-Qaeda no Mali divulgou na noite passada um vídeo em que mostra vários reféns ocidentais que tem em sua posse. A publicação das imagens coincide com a visita do Presidente francês, Emmanuel Macron, ao país africano, onde pediu cooperação para o combate contra o terrorismo.
O vídeo de cerca de 17 minutos é narrado em inglês e foi revelado pelo SITE, um observatório norte-americano que monitoriza as actividades de grupos jihadistas na Internet. Não se sabe a data nem o local onde as imagens foram captadas.
Entre os reféns mostrados no vídeo está uma francesa que trabalhava numa organização não-governamental, um cirurgião australiano e uma freira colombiana.
A francesa Sophie Pétronin foi raptada em Dezembro na cidade de Gao, no Norte do Mali, onde trabalhava com crianças subnutridas. No vídeo, o narrador diz que a mulher está à espera que Macron possa ajudá-la a regressar para junto da família. Segundo a Radio France Internationale, trata-se da primeira prova de vida de Pétronin desde que foi raptada.
Também é mostrado o sul-africano Stephen McGown, raptado desde 2011, que faz um apelo directo. “Estamos a fazer um novo vídeo, mas não sei o que dizer. Tudo já foi dito antes”, afirma. McGown foi raptado em Tumbuctu juntamente com o sueco Johan Gustafsson, que foi libertado na semana passada.
Outro dos reféns é o australiano Ken Elliott, que foi raptado no início de 2015 em Djibo, onde ele e a mulher geriam um centro de saúde. A mulher foi libertada em Fevereiro do ano passado. Aparecem ainda o mineiro romeno Iulian Ghergut, raptado no Burkina Faso em 2015, a missionária suíça Beatrice Stockly, cativa desde o início de 2016, e a freira colombiana Gloria Argoti, raptada em Fevereiro.
Em Bamaco, Macron pediu aos países da região que se unam no combate aos grupos terroristas que semeiam a violência no Sahel. “Todos os dias temos de combater terroristas, ladrões, assassinos, que devemos erradicar juntos com rapidez e determinação”, afirmou o Presidente francês, durante o discurso de abertura da cimeira de líderes regionais.
Naquela que foi a sua segunda viagem ao Mali desde que tomou posse, Macron disse ainda que pretende "usar toda a energia para erradicar" os responsáveis pelos raptos.
Desde 2012 que vários grupos, alguns dos quais ligados à al-Qaeda, tomaram parte do Norte do Mali. Uma intervenção militar francesa no ano seguinte conseguiu conter a sua expansão e tirou-lhes grande parte do território que controlavam, mas os atentados e raptos não cessaram.
No mês passado, um soldado português estacionado no país foi uma das vítimas de um ataque a um centro turístico em Bamaco. A França tem actualmente quaro mil soldados no Sahel e a missão da ONU conta com mais 12 mil.