NATO está a reforçar-se contra ataques informáticos

Um ciberataque pode dar azo a que se desencadeie o artigo 5 da aliança atlântica, que prevê que a NATO ajude um aliado em caso de agressão.

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Stoltenberg, durante um encontro com a impresa, antes de receber, em Bruxelas, os ministros da Defesa dos países da NATO Reuters/FRANCOIS LENOIR

A Organização do Tratado do Altântico Norte (NATO) está a reforçar a sua ciberdefesa e os países-membros querem poder de resposta colectiva em caso de ciberataque contra um deles, tal como o fariam em caso de agressão aérea ou terrestre, disse nesta quarta-feira o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

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A Organização do Tratado do Altântico Norte (NATO) está a reforçar a sua ciberdefesa e os países-membros querem poder de resposta colectiva em caso de ciberataque contra um deles, tal como o fariam em caso de agressão aérea ou terrestre, disse nesta quarta-feira o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

“Os ciberataques que vimos em Maio (vírus Wannacry) e também esta semana (vírus Petrwrap) sublinham a importância de reforçarmos as nossas ciberdefesas e é exactamente o que fazemos”, declarou Stoltenberg perante os jornalistas em Bruxelas.

“Treinamos mais, trocamos mais informação sobre boas práticas e tecnologias e trabalhamos mais estreitamente com todos os aliados para ver como integrar as suas capacidades”, explicou.

Além disso, a Aliança Atlântica decidiu há um ano tornar o ciberespaço um “domínio operacional”. “Um ataque informático pode desencadear o artigo 5” do tratado fundador da aliança, que prevê que os países da NATO ajudem um aliado em caso de agressão, destacou o mesmo responsável.

Para tal, a aliança está a tentar “definir o ciberespaço como um domínio militar, o que quer dizer que terá como domínio (de acção) militar a terra, o ar, o mar e a informática”, especificou Stoltenberg.

Um vasto ataque informático, com contornos operativos que fizeram recordar outro ataque ocorrido em Maio passado, afectou na terça-feira simultaneamente, e numa primeira fase, bancos e empresas na Ucrânia e na Rússia, propagando-se depois a grandes grupos internacionais na Europa Ocidental.

O porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, assegura que as instituições da União Europeia não foram afectadas pelo novo ataque.

O novo vírus, Petrwrap, afectou o gigante petrolífero russo Rosneft, a central nuclear ucraniana de Tchernobil, o transportador marítimo Maersk, a multinacional de construção francesa Saint-Gobain e a farmacêutica norte-americana Merck, entre outras entidades.

Segundo empresas atacadas, o vírus faz aparecer no ecrã dos computadores bloqueados um pedido de pagamento de 300 dólares em moeda virtual.

O vírus WannaCry aproveitava-se de uma vulnerabilidade do Windows para encriptar os dados de um computador. Depois, os hackers exigiam um pagamento em troca de um código para resolver o problema.