Governo quer chegar a 30 mil jovens que estão fora do sistema, mas falta ainda saber como
Instituto do Emprego e Formação Profissional vai colaborar com 1500 parceiros locais para sinalizar jovens que não trabalham, não estudam e não estão inscritos em centros de emprego.
Até 2020, o Governo quer chegar a 30.000 jovens que não estudam, não trabalham, não frequentam qualquer formação profissional (os chamados “nem nem”) e que não estão inscritos nos centros de emprego, revelou nesta terça-feira o vice-presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), Paulo Feliciano.
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Até 2020, o Governo quer chegar a 30.000 jovens que não estudam, não trabalham, não frequentam qualquer formação profissional (os chamados “nem nem”) e que não estão inscritos nos centros de emprego, revelou nesta terça-feira o vice-presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), Paulo Feliciano.
Este é o objectivo da chamada Estratégia de Sinalização Nacional de Jovens que Não Estudam, Não Trabalham, Nem Frequentam Formação. Falta saber como alcançá-lo. “O desenho das medidas [para chamar estes jovens] será definido no terreno, um pouco caso a caso”, indicou aos jornalistas Paulo Feliciano, acrescentando que só na segunda fase desta campanha, a decorrer entre 2019 e 2020 serão “mapeadas as respostas” com base nas soluções que entretanto se forem testando.
Segundo dados do primeiro trimestre deste ano do Instituto Nacional de Estatística, em Portugal existem cerca de 175 mil jovens entre os 15 e os 29 anos que não estudam, nem trabalham. Destes, perto de 67 mil não estão inscritos nos centros de emprego. São aqueles que se encontram “fora do sistema”, aqueles que o IEFP chama de "jovens desencorajados". O Governo quer chegar a cerca de metade destes, por ser a meta que considera “exequível”, mudando de paradigma na abordagem ao problema, ou seja, segundo resumiu Paulo Feliciano, em vez de se esperar que sejam eles que acabem por se dirigir aos serviços, serão estes que vão ao seu encontro.
Para já foi montada uma rede de sinalização que inclui 1500 parceiros locais, entre autarquias, instituições particulares de solidariedade social e associações jovens, a quem competirá a sinalização destes jovens que se puseram à margem.
Dados já recolhidos para este diagnóstico, e que foram também apresentados nesta terça-feira pelo perito da Organização Internacional de Trabalho, Gianni Rosas, permitem concluir que os jovens “mais expostos” à inactividade são aqueles que têm entre 15 e 24 anos, pertencem ao sexo feminino e têm qualificações que não vão além do 3.º ciclo do ensino básico.
Os secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, e os secretários de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, também estiveram presentes na sessão desta terça-feira.