Pedrógão: Comissão Europeia disponível para apoiar empresas afectadas

O presidente da Câmara de Pedrógão Grande referiu na sexta-feira que só na região, o fogo fez com que ficassem desempregadas mais de 200 pessoas. Ainda assim, este financiamento de “excepção” estará disponível noutros concelhos afectados pelo incêndio.

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Este regime de excepção pretende “repor a actividade produtiva das indústrias” destruídas pelos fogos Daniel Rocha

A Comissão Europeia mostrou disponibilidade para criar um regime de excepção para repor a actividade das empresas afectadas pelo incêndio que começou em Pedrógão Grande, no dia 17, disse este sábado a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

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A Comissão Europeia mostrou disponibilidade para criar um regime de excepção para repor a actividade das empresas afectadas pelo incêndio que começou em Pedrógão Grande, no dia 17, disse este sábado a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

Um incêndio que começou em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, no dia 17, e que atingiu ainda os concelhos de Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Sertã e Pampilhosa da Serra, provocou 64 mortos e mais de 200 feridos. "São para cima de 200 pessoas desempregadas [no concelho de Pedrógão Grande]", afirmou na sexta-feira o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, adiantando que já se tinha procedido à identificação das pessoas nessa situação.

A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, disse à Lusa neste sábado, em Pedrógão Grande, que a comissária Corina Cretu já mostrou "disponibilidade para se fazer um regime de excepção para repor a actividade produtiva das indústrias que foram destruídas pelos fogos" naqueles concelhos.

Segundo a responsável da CCDRC, as regras do Portugal 2020 só permitem o apoio de fundos comunitários a "projectos inovadores para empresas", sendo necessário criar-se um regime de excepção para permitir apoiar, a fundo perdido, as empresas afectadas pelo incêndio que afectou o interior norte do distrito de Leiria.

Ana Abrunhosa acrescentou que a medida será também "extensível a outros concelhos, como Góis e Pampilhosa da Serra", desde que se confirme "destruição da actividade" das empresas.

De acordo com a responsável, deverá ser feita uma "reprogramação" dentro do programa operacional do Centro para garantir a reposição da actividade produtiva das empresas.

A presidente da CCDRC disse ainda que esta medida deverá ser proposta no início da próxima semana pelo Governo, no Fórum da Coesão, que se realiza em Bruxelas, na segunda-feira e na terça-feira, sublinhando que a Comissão Europeia mostrou "total abertura".

Em declarações à agência Lusa, Ana Abrunhosa explicou que no caso da agricultura e da floresta os quadros existentes já apresentam cobertura para este tipo de apoio.
A responsável recordou também que pode ainda ser accionado o fundo de solidariedade da Comissão Europeia (CE), mas que, para tal, os prejuízos têm de ser de 500 milhões de euros e a CE apenas "apoia 2,5%".

Dois grandes incêndios, que provocaram a morte a 64 pessoas e ferimentos a mais de 200, deflagraram no dia 17 na região Centro e mobilizaram mais de dois milhares de operacionais.

Estes incêndios, que deflagraram nos concelhos de Pedrógão Grande e Góis, consumiram cerca de 53 mil hectares de floresta – o equivalente a mais de 53 mil campos de futebol – e obrigaram à evacuação de dezenas de aldeias.

O fogo que deflagrou em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, alastrou a Figueiró dos Vinhos e a Castanheira de Pera, fazendo 64 mortos e mais de 200 feridos.

As chamas chegaram ainda aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra, mas o fogo foi dado como dominado na quarta-feira à tarde.

O incêndio que teve início no concelho de Góis, no distrito de Coimbra, atingiu também Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais. Foi extinto neste sábado, às 13h00.