Incêndios: Presidente exige que “tudo” seja apurado no plano "técnico e institucional"

Marcelo Rebelo de Sousa diz que tudo fez para que combate aos fogos tenha sido feito em "clima de unidade nacional"

Foto
Marcelo Rebelo de Sousa ao lado do comandante dos bombeiros de Castanheira de Pera, José Domingues LUSA/PAULO CUNHA

O Presidente da República considera que chegou o momento de se apurar rapidamente, “sem limites ou medos” o que “estrutural ou conjunturalmente” possa ter causado o que aconteceu nos incêndios de Pedrógão Grande e a resposta que foi dada. Num artigo no semanário Expresso, Marcelo Rebelo de Sousa assume como “missão” garantir que todas as perguntas sobre a tragédia tenham respostas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Presidente da República considera que chegou o momento de se apurar rapidamente, “sem limites ou medos” o que “estrutural ou conjunturalmente” possa ter causado o que aconteceu nos incêndios de Pedrógão Grande e a resposta que foi dada. Num artigo no semanário Expresso, Marcelo Rebelo de Sousa assume como “missão” garantir que todas as perguntas sobre a tragédia tenham respostas.

Depois de uma semana em que os responsáveis políticos – incluindo Marcelo -  se contiveram em pedir responsabilidades ao Governo, o Presidente da República vem agora mudar o tom num momento em que os fogos estão mais controlados. “É tempo de, sem limites ou medos, se apurar o que, estruturalmente ou conjunturalmente, possa ter causado ou influenciado quer o sucedido quer a resposta dada. No plano técnico e institucional”, escreveu no semanário. Como “imperativos da presente hora”, o Presidente definiu a necessidade de “terminar a árdua missão dos últimos dias”, “acelerar a reconstrução” e o “apurar tudo, mas mesmo tudo o que houver a apurar”, apontando os próximos meses como “muito exigentes”.

Depois de já ter sido criticado por inicialmente ter dito que tudo estava a ser feito para dar resposta ao incêndio descontrolado de Pedrógão Grande, Marcelo Rebelo de Sousa parece justificar a sua intervenção no passado sábado e a contenção ao longo da última semana: “O Presidente da República tudo fez para criar condições aos operacionais de combate ao fogo em clima de unidade nacional”. Mas – acrescenta – “entender ser sua missão garantir agora que todas as interrogações sobre factos e responsabilidades tenham uma resposta rápida e exaustiva”.

Esta sexta-feira a Autoridade Nacional de Protecção Civil admitiu que os problemas com a rede SIRESP existiram durante quatro dias, entre o passado sábado (dia em que deflagrou o incêndio em Pedrógão Grande) e terça-feira. Depois de ter recebido a resposta da ANPC, o primeiro-ministro pediu à noite “esclarecimento cabal” do ocorrido à ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa. Na edição do Expresso deste sábado, António Costa disse que foi dado apoio permanente e incondicional aos agentes da Protecção Civil no combate “tão dramático”, mas que agora o Governo irá cumprir o dever de avaliar o que foi feito, “louvando o que merecer ser louvado, censurando o que exige ser sancionado". E acrescenta: “Seria mais cómodo o sacrifício mediático de uma colega de Governo, de um comandante da Protecção Civil ou mesmo do graduado da GNR que regulava o trânsito local”.