Processo Ajuste Directo: PJ faz buscas na câmara de Vila Verde
Um dos arguidos, João Moura de Sá, integra empresa do consórcio a quem a câmara de Vila Verde adjudicou a recolha do lixo do concelho.
A Polícia Judiciária realizou buscas na Câmara de Vila Verde no âmbito do processo Ajuste Directo, que já levou à detenção de sete pessoas na segunda-feira, informou nesta sexta-feira à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
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A Polícia Judiciária realizou buscas na Câmara de Vila Verde no âmbito do processo Ajuste Directo, que já levou à detenção de sete pessoas na segunda-feira, informou nesta sexta-feira à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em resposta enviada à Lusa, a PGR não revelou quaisquer outras informações sobre as buscas. A Lusa tentou, insistentemente, ouvir o presidente da Câmara de Vila Verde, António Vilela (PSD), mas ainda não foi possível.
A operação Ajuste Directo resultou de uma investigação que durava há um ano e culminou na passada segunda-feira com a detenção de sete pessoas.
Entre os detidos, o nome mais mediático é o do vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Hermínio Loureiro, que também foi secretário de Estado da Juventude e Desporto do Governo PSD chefiado por Santana Lopes e presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (2006-2010). Hermínio Loureiro foi ainda presidente da câmara de Oliveira de Azeméis até Dezembro de 2016, quando renunciou ao mandato.
Na mesma operação, foram ainda detidos o actual presidente da câmara de Oliveira de Azeméis, Isidro Figueiredo (PSD), o presidente da Concelhia local do PSD, José Oliveira, e o ex-presidente do conselho de administração da Assembleia da República e ex-deputado social-democrata João Moura de Sá, além de três empresários da construção civil.
Os arguidos são suspeitos de crimes de corrupção activa e passiva, prevaricação, peculato e tráfico de influência.
João Moura de Sá integra a administração de uma das empresas do consórcio a quem a câmara de Vila Verde adjudicou, em 2014 e por dez anos, a recolha do lixo do concelho, por 490 mil euros anuais. Na altura, os vereadores do PS votaram contra a concessão, alegando que o negócio configura um "verdadeiro atropelo à legalidade e à defesa do interesse público".
Moura de Sá é ainda administrador de uma empresa de consultoria que a Câmara de Vila Verde contratou para a realização de estudos sobre a criação de empresas municipais.