Ministério Público investiga eventual fuga de informação no exame de Português
Caso está a ser averiguado pelo DIAP de Lisboa.
O Ministério Público já abriu um "inquérito" sobre a eventual fuga de informação do exame nacional de Português do 12.º, confirmou nesta sexta-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Ministério Público já abriu um "inquérito" sobre a eventual fuga de informação do exame nacional de Português do 12.º, confirmou nesta sexta-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Confirma-se a recepção da participação do IAVE [Instituto de Avaliação Educativa], a qual deu origem a um inquérito. O mesmo encontra-se em investigação no DIAP [Departamento de Investigação e Acção Penal] de Lisboa”, disse a PGR numa resposta enviada ao PÚBLICO.
Em causa está uma gravação áudio de uma suposta aluna, que terá circulado na rede WhatsApp alguns dias antes do exame de Português, dando conta de conteúdos que acabaram por sair na prova. Como anunciado nesta gravação, o autor escolhido foi Alberto Caeiro e o tema da composição também coincidiu. Foi sobre a importância da memória.
Esta alegada fuga de informação também está já a ser investigada pela Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC).
Na gravação, a aluna diz que soube “que é preciso mesmo, mesmo, mesmo” estudar Alberto Caeiro. E treinar “uma composição sobre a importância da memória”.
"Ó malta, falei com uma amiga minha cuja explicadora é presidente do sindicato de professores, uma comuna, e diz que ela precisa mesmo, mesmo, mesmo e só de estudar Alberto Caeiro e contos e poesia do século XX. Ela sabe todos os anos o que sai e este ano inclusive. E pediu para ela treinar também uma composição sobre a importância da memória...” — é a transcrição da gravação. A informação revelou-se certeira.
Num email enviado ao PÚBLICO, o professor que denunciou o caso diz ter tido conhecimento do registo áudio no passado sábado.