Vizinhos do Qatar exigem fecho da Al-Jazira e de base militar na Turquia para pôr fim à crise
Redução das ligações diplomáticas com o Irão será outra das condições impostas pela Arábia Saudita e mais três países árabes.
Os quatro países árabes, liderados pela Arábia Saudita, que cortaram relações com Doha, apresentaram uma lista de exigências para pôr fim à crise. A dureza das exigências torna claro que o Qatar não as poderá aceitar: no início da semana, o ministro dos Negócios Estrangeiros do pequeno país do Golgo Pérsico, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, avisara que não haveria negociações enquanto for mantido o bloqueio imposto pelo bloco de países.
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Os quatro países árabes, liderados pela Arábia Saudita, que cortaram relações com Doha, apresentaram uma lista de exigências para pôr fim à crise. A dureza das exigências torna claro que o Qatar não as poderá aceitar: no início da semana, o ministro dos Negócios Estrangeiros do pequeno país do Golgo Pérsico, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, avisara que não haveria negociações enquanto for mantido o bloqueio imposto pelo bloco de países.
Numa lista de 13 pontos - apresentada ao Qatar pelo Kuwait, que está a ajudar a mediar a crise - aqueles países exigem o encerramento da televisão Al-Jazira, de uma base militar da Turquia no Qatar e uma diminuição das ligações diplomáticas com o Irão. Os quatro países (para além da Arábia Saudita, Egipto, Bahrein e Emirados Árabes Unidos) exigiram ainda que Doha corte quaisquer contactos com a Irmandade Muçulmana e outros grupos islamistas como o xiita Hezbollah (do Líbano, apoiado pelo Irão), a Al-Qaeda e o Daesh.
A 5 de Junho, estes países cortaram relações diplomáticas com o Qatar, que acusaram de apoio ao terrorismo, na mais grave crise regional desde a guerra do Golfo de 1991. Os quatro países árabes deram dez dias ao Qatar para cumprir as exigências apresentadas, incluindo uma soma não especificada em compensações.
"As exigências são tão agressivas que praticamente impossibilitam uma resolução para o conflito", diz à Reuters Olivier Jakob, consultor da Petromatrix, um think tank especializado em mercados petrolíferos. "Imagine-se que outro país exige o encerramento da CNN", comenta Haseeb Mansour, qatari de 40 anos que trabalha no operador telefónico Ooredoo.
De acordo com a lista, Doha deve recusar a naturalização de cidadãos daqueles quatro países e expulsar os que se encontram actualmente no Qatar. A medida foi descrita como um esforço para impedir Doha de interferir nos assuntos internos daqueles países.
O Qatar deve ainda entregar todos os indivíduos procurados por terrorismo pelos quatro países, cortar o financiamento de qualquer movimento extremista designado como grupo terrorista pelos Estados Unidos e fornecer informações pormenorizadas sobre membros da oposição financiados por Doha, nomeadamente na Arábia Saudita.
O governo do Qatar ainda não reagiu à lista de exigências.
Se o Qatar concordar, o documento estabelece inspecções mensais no primeiro ano e por trimestre no segundo ano. Nos dez anos seguintes, o Qatar será monitorizado anualmente.